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Príncipe saudita e Erdogan podem se encontrar em cúpula do G20

Relações entre a Arábia e a Turquia estão tensas desde a morte do jornalista Jamal Khashoggi

Por Da Redação
27 nov 2018, 16h08
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  • Estremecidos pelo episódio da morte do jornalista  Jamal Khashoggi no consulado da Arábia Saudita em Istambul, o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman vai se encontrar com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, durante a reunião cúpula do G20, neste final de semana na Argentina.

    A reunião foi solicitada por Salman, a quem Erdogan acusa de ser o mandante do assassinato, ocorrido no início de outubro. Segundo o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu, os dois líderes conversaram por telefone.

    “A resposta de Erdogan foi: ‘Vamos ver’”, afirmou Cavusoglu, em entrevista ao jornal alemão Sueddeutsche Zeitung. “No momento, não há razões para o presidente não se encontrar com o príncipe herdeiro.”

    A polícia da Turca ainda investiga o assassinato do jornalista saudita Khashoggi, cujos restos mortais ainda não foram encontrados. Opositor do regime de seu país, ele vivia exilado nos Estados Unidos.

    Segundo o Washington Post, jornal com o qual o Khashoggi colaborava regularmente, a CIA concluiu que Mohamed bin Salman encomendou o assassinato de Khashoggi, após ter acesso a gravações que registraram o momento do assassinato no consulado saudita. Riad nega qualquer envolvimento do príncipe herdeiro no caso.

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    A Arábia Saudita já mudou seu discurso sobre o ocorrido várias vezes, negando ter conhecimento do local onde o assassinato ocorreu e, depois, atribuindo a morte de Khashoggi a uma “briga”.

    Segundo a última versão da Procuradoria saudita, 15 agentes foram à Turquia para trazer Kashoggi de volta ao país. Mas a operação foi mal executada, e o jornalista acabou maltratado e drogado, antes de ser assassinado e ter seu corpo “desmembrado”.

    Quando perguntado se sabia com certeza quem, em Riad, dera a ordem para matar Khashoggi, Cavusoglu disse que a equipe de sauditas enviada a Istambul não agiu por conta própria. Mas acrescentou que não poderia chegar a nenhuma conclusão sem provas.

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    O ministro das Relações Exteriores turco afirmou ainda que ouviu as gravações do assassinato e que o jornalista foi morto em menos de sete minutos e teve o corpo desmembrado por um especialista em medicina forense.

    “Eles deveriam estar ouvindo música enquanto ele (o especialista) cortava o corpo”, disse. “Percebe-se que ele estava gostando disso.”

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, absteve-se de culpar o príncipe, apesar das conclusões da CIA. Na semana passada, o americano afirmou que Washington permaneceria como um “parceiro firme” da Arábia Saudita, um dos principais fornecedores de petróleo para os Estados Unidos e grande comprador de armas e equipamentos militares americanos.

    A reunião cúpula do G20 será realizada em Buenos Aires nos dias 30 de novembro e 1 de dezembro. Esta será a primeira reunião do grupo sediada em uma cidade da América do Sul.

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