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Primeiros imigrantes embarcam em ‘barco prisão’ no Reino Unido

Ideia liderada pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, busca reduzir os custos com a moradia dos refugiados em hotéis e desestimular a entrada ilegal

Por Da Redação
7 ago 2023, 18h12

O Reino Unido iniciou nesta segunda-feira, 7, a transferência de imigrantes que aguardam os resultados de pedidos de asilo para a grande barbaça Bibby Stockholm, localizada em Portland, na costa sul da Inglaterra. A ideia liderada pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, procura reduzir os custos com a moradia dos refugiados em hotéis, que chegam a 6 milhões de libras diárias (cerca de 37,5 milhões de reais), e desestimular a entrada ilegal.

“Estamos interrompendo o uso de hotéis para abrigar migrantes ilegais às custas dos contribuintes”, comunicou o escritório do premiê nas redes sociais.  “Em vez disso, estamos oferecendo locais alternativos que são mais gerenciáveis ​​para as comunidades, atendendo às necessidades essenciais dos acomodados e minimizando o impacto nos serviços locais”.

Grupos de direitos humanos,  como a ONG de defesa de migrantes Care4Calais e a Anistia Internacional, dizem que o projeto é “desumano” e equivalente a uma prisão flutuante.

Com três andares, a barcaça sem motor pode abrigar aproximadamente 500 pessoas em 200 quartos, enquanto aguardam o trâmite do asilo. Além de oferecer moradia na embarcação, o governo de Sunak, conhecido pelo conservadorismo na pauta imigratória, busca enviar parte dos imigrantes para a Ruanda, na África Oriental. O plano, no entanto, foi barrado pelo Tribunal de Apelação, em junho, quando foi considerado ilegal por três juízes, e aguarda as considerações da Suprema Corte britânica.

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Ao relatar que ao menos 15 migrantes já haviam sido transferidos para Portland, a diretora de acomodação de asilo do Ministério do Interior, Cheryl Avery, informou que uma nova leva de refugiados será enviada para o local nas próximas semanas. Ela disse, ainda, que a decisão enfrentou “alguns desafios legais menores”, mas que a pasta está analisando como será realizada a administração da barcaça cinza “daqui para frente”.

Após a travessia do Canal Mancha, vindos da França, cerca de 50 mil requerentes de asilo aguardam seus resultados em hotéis no Reino Unido. Em entrevista à emissora britânica SkyNews, a ministra do Interior, Sarah Dines, explicou que a mudança nas acomodações tem como finalidade demonstrar que a Grã-Bretanha fornecerá “acomodações adequadas, mas não luxuosas”. Os imigrantes devem permanecer em Bibby Stockholm entre seis a nove meses.

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A medida desagradou tanto grupos pró-imigração, que defenderam que a moradia destinada a pessoas vindas do Iraque, Irã, Síria, Afeganistão ou Albânia é insensível, quanto a comunidade local, que levantou preocupações para possíveis manifestações na região nos próximos dias. Para amenizar futuros conflitos, autoridades britânicas informaram que estão investigando o envio de cartas para empresários e moradores locais com ameaças de protestos caso apoiem a decisão.

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“O bem-estar dos requerentes de asilo sob nossos cuidados é de extrema importância”, disse um porta-voz do Ministério do Interior. “[Nós] continuamos a trabalhar em estreita colaboração com a polícia local e nossos parceiros no local para garantir a segurança de todos os indivíduos alojados no local e da comunidade em geral”.

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Enquanto quase 46 mil requerentes aportaram no território britânico em seus pequenos barcos no ano passado, o número alcançou a marca de 15 mil pessoas neste ano. O informe do governo indica que Bibby Stockholm receberá apenas homens solteiros em dependências “básicas e funcionais”, incluindo atendimentos de saúde, serviços de alimentação e segurança a bordo.

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