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Primeiro-ministro e governo da Autoridade Palestina apresentam renúncia

Demissão ocorre enquanto EUA aumentam pressão por reforma na AP, para que assuma o governo em Gaza após a guerra; Israel é contra a medida

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h59 - Publicado em 26 fev 2024, 08h22

O primeiro-ministro da Autoridade Palestina (AP), Mohammed Shtayyeh, anunciou nesta segunda-feira, 26, que ele e seu governo renunciaram aos cargos.

“Gostaria de informar ao honorável conselho e ao nosso grande povo que coloquei a renúncia do governo à disposição do Sr. Presidente (Mahmoud Abbas), na terça-feira passada, e hoje a submeto por escrito”, disse Shtayyeh em uma postagem no Facebook.

A demissão ocorre ao passo que a pressão dos Estados Unidos sobre a Autoridade Palestina cresce, com o objetivo de reformar e melhorar seu governo na Cisjordânia, território palestino pontilhado de assentamentos israelenses. O órgão há muito é visto como corrupto pelos políticos americanos e pelos próprios palestinos.

O que é a AP?

A AP foi criada em meados da década de 1990 como um governo interino, enquanto aguarda a criação de um Estado palestino, depois que a Organização para a Libertação da Palestina assinou os Acordos de Oslo com Israel, um dos maiores passos para encerrar o conflito no Oriente Médio. Com sede na cidade ocupada de Ramallah, na Cisjordânia, exerce autogoverno nominal em partes do território.

Dominada pelo partido político Fatah, a AP manteve o controle administrativo de Gaza até 2007, quando o Hamas venceu as eleições legislativas de 2006. Israel rejeitou a perspectiva do regresso do órgão a Gaza depois da guerra, além de se dizer claramente contra a criação de um Estado palestino ao lado de seu território.

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Os Estados Unidos, no entanto, são a favor de que a AP seja submetida a reformas e passe a controlar tanto a Cisjordânia quanto Gaza, como parte de um futuro Estado independente.

Desconfiança

A AP também não é popular entre os palestinos, que a consideram incapaz de fornecer proteção contra as incursões de Israel na Cisjordânia. Uma pesquisa realizada pelo Centro Palestino para Pesquisas Políticas e de Estudos em dezembro passado mostrou que mais de 60% dos palestinos querem que a AP seja dissolvida.

O apoio ao presidente Abbas, que ocupa o cargo desde 2005, particularmente, entrou em colapso. Na Cisjordânia, 92% dos entrevistados querem que ele renuncie, segundo a pesquisa.

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Concentração de poder

O cargo de primeiro-ministro da AP foi criado em 2003, na sequência da Segunda Intifada (revolta) palestina, depois de os Estados Unidos, a União Europeia e Israel terem apelado por reformas no governo. A medida marcou o primeiro movimento real, desde a criação da AP, em direção à partilha do poder por parte do então presidente Yasser Arafat.

Na época, Arafat nomeou Abbas como primeiro-ministro. Ele assumiu a presidência após a morte de Arafat, em 2004.

Hamas x Autoridade Palestina

A Autoridade Palestina, ao contrário do Hamas, não é considerada um grupo extremista ou radical há décadas pela comunidade internacional. Quem controla o órgão é o Fatah, partido fundado em 1959, após o êxodo palestino conhecido como Nakba, por Yasser Arafat (1929-2004) e Abbas.

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O Fatah é secular, ou seja, livre de dogmas religiosos. Seu nome significa “conquistar”, além de ser um acrônimo para o árabe “Harakat al-Tahrir al-Filistiniya” – que em português significa Movimento de Libertação Nacional da Palestina.

Inicialmente, sua estratégia era libertar o território da Palestina histórica através da luta armada contra o Estado de Israel. Após a Guerra Árabe-Israelense de 1967, sob a gestão de Arafat, o Fatah se tornou o partido dominante na Organização de Libertação da Palestina (OLP), que foi classificada como uma organização terrorista pelo governo israelense por assassinatos e sequestros de civis.

No entanto, nas décadas de 1970 e 1980, o Fatah passou por mudanças radicais após sua expulsão do Líbano e da Jordânia, quando começou a fazer negociações com Israel. Após renunciar à luta armada completamente em 1990, a OLP tornou-se representante dos palestinos nas Nações Unidas. Também assinou os Acordos de Oslo, que levaram à criação da Autoridade Palestina, responsável pela população da Cisjordânia.

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