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Presidente do Sri Lanka tenta fugir do país após renunciar

A tentativa, no entanto, foi falha. Funcionários do aeroporto supostamente bloquearam o embarque de Gotabaya Rajapaksa em um voo para Dubai

Por Da Redação
Atualizado em 12 jul 2022, 16h24 - Publicado em 12 jul 2022, 08h54

O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, tentou fugir do país tarde da noite de segunda-feira 11, mas fracassou depois que funcionários do aeroporto o forçaram a bater em retirada.

Rajapaksa, que deve renunciar oficialmente na quarta-feira, 13, após meses de manifestações pedindo sua renúncia, teria tentado fugir para Dubai. No entanto, a equipe de imigração se recusou a deixar o presidente ir à área VIP do aeroporto para carimbar seu passaporte – e, certamente, ele não apelaria às filas comuns, por medo de ser assediado pelo público.

Como resultado, Rajapaksa teria perdido quatro voos para os Emirados Árabes Unidos. Segundo autoridades, ele e sua esposa tiveram que retornar a uma base militar próxima.

De acordo com funcionários que falaram com a agência de notícias Agence France-Presse, o presidente está agora considerando usar uma embarcação de patrulha da marinha para fugir da ilha, embora essa informação não possa ser confirmada.

Enquanto ainda é presidente, Rajapaksa goza de imunidade de prisão e acredita-se que ele queira ir para o exterior antes de deixar o cargo para evitar a possibilidade de ser detido. O político é acusado de ser leniente com a corrupção e de ter feito uma má gestão econômica, que levou o país à falência e desencadeou a pior crise financeira já registrada.

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Ele também foi acusado de crimes de guerra, incluindo desaparecimentos e execuções extrajudiciais, durante seu tempo como ministro da Defesa. No cargo, levou a guerra civil, travada contra a minoria tâmil, a um fim violento em 2009. Por mais de uma década, acusações contra ele foram barradas antes que chegassem a tribunais.

O presidente não foi o único membro da família a tentar fugir sem sucesso. Seu irmão mais novo, Basil Rajapaksa, que atuou como ministro das Finanças e também foi acusado de corrupção generalizada, foi impedido de embarcar em um voo para os Estados Unios, via Dubai, na manhã desta terça-feira, 12, após protestos de outros passageiros.

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Os funcionários do aeroporto se recusaram a deixá-lo usar o serviço de concierge rápido e o impediram de embarcar no voo. Pressionado, Basil Rajapaksa, que tem dupla cidadania americana, desistiu.

Depois que as notícias das tentativas da família Rajapaksa de fugir surgiram nesta terça-feira, uma moção foi apresentada à Suprema Corte pedindo uma ordem para proibir de sair do país não só os fujões, mas também o irmão mais velho Mahinda Rajapaksa, que foi forçado a renunciar ao cargo de primeiro-ministro em maio, o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, e vários outros que serviram no regime de Rajapaksa.

Por meses, o presidente Rajapaksa resistiu à pressão pública para que ele renunciasse. No sábado, no entanto, depois que centenas de milhares de manifestantes encheram as ruas de Colombo e ocuparam seu palácio presidencial e escritórios, ele não teve escolha a não ser anunciar que deixaria o cargo.

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O presidente não é visto desde que os protestos eclodiram no fim de semana, e seu paradeiro continuam sendo fonte de especulação. Sua renúncia, prevista para quarta-feira, foi comunicada primeiro pelo presidente do parlamento, depois pelo gabinete do primeiro-ministro, mas nenhum discurso público foi feito pelo presidente.

Espera-se que um governo interino, formado por representantes de todos os partidos, assuma o cargo após a tão esperada renúncia de Rajapaksa (o gabinete disse que todos deixarão seus cargos). Sajith Premadasa, o líder do maior partido da oposição, Samagi Jana Balawegaya – que perdeu a eleição presidencial contra Gotabaya Rajapaksa em 2019 –, disse que se candidatará à presidência.

O parlamento do Sri Lanka se reunirá novamente na sexta-feira, 15, e um novo presidente será eleito pelos parlamentares em 20 de julho. Espera-se que o governo provisório governe por seis a oito meses, até que o país tenha condições de realizar eleições parlamentares.

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