O presidente do Irã, Hassan Rohani, declarou nesta terça-feira o fim do Estado Islâmico. Em pronunciamento ao vivo rede estatal iraniana, o mandatário do país anunciou que “apesar de vestígios persistirem, as estruturas e as raízes” do grupo terrorista “foram destruídas”. A afirmação foi feita em paralelo a uma mensagem no mesmo tom enviada por Qasem Soleimani, alto oficial da Guarda Revolucionária do Irã, para o Aiatolá Ali Khamenei, segundo divulgou o site do órgão militar.
“Com a graça de Deus e graças à resistência dos povos da região, podemos dizer que esse mal foi eliminado ou minimizado”, disse Rohani em seu comunicado, no qual fez críticas aos Estados Unidos e Israel, acusados de “terem alimentado e armado” o grupo terrorista. “A maior parte do trabalho foi realizado pelo povo e os exércitos da Síria, Iraque e Líbano, e nós ajudamos com base no nosso dever religioso e islâmico”, ressaltou o presidente iraniano.
Tal como Rohani, Soleimani, líder da Força Quds, braço de operações internacionais da Guarda Revolucionária, destacou o “apoio do governo, povo, Parlamento e Forças Armadas do Irã” na luta na Síria e no Iraque contra os jihadistas, descritos pelo presidente como um “grupo que só trouxe o mal, miséria, destruição e mortes”. O militar, de acordo com veículos estatais, realizou recentemente uma visita surpresa a Albukamal, cidade que foi tomada neste fim de semana por forças sírias.
O colapso do Estado Islâmico vem na esteira da retomada da cidade fronteiriça de Rawa por tropas iraquianas. A sucessão de derrotas do grupo terrorista, que se autodeclarou um ‘Califado’ em 2014 após ocupar grandes parcelas do território sírio e do Iraque, deve forçar o EI, segundo forças militares envolvidas no combate, a agir de maneira mais furtiva, apelando para combates de guerrilha e atentados a bomba organizados por pequenas células de comando.
Encontro
Rouhani é esperado no resort de Sochi, na Rússia, onde irá discutir nesta quarta-feira o conflito na Síria com o seu par russo, Vladimir Putin, e o presidente turco Recep Erdogan. O trio esteve por trás do acordo de cessar-fogo assinado em setembro em Astana, capital do Cazaquistão, que levou a redução da intensidade da guerra que já dura seis anos.
(Com Reuters e EFE)