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Presidente da Ucrânia ordena contratação de mais 100 mil militares

Apesar do aumento do efetivo, Volodymyr Zelensky voltou a ressaltar que isto não significa que uma guerra com a Rússia seja iminente

Por Da Redação 1 fev 2022, 11h18

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta terça-feira, 1, a assinatura de um decreto para aumentar o número de militares do país de 250.000 para 350.000. Apesar do aumento do efetivo, o mandatário voltou a ressaltar que isto não significa que uma guerra com a Rússia seja iminente.

Além do número de contratações, o documento prevê também a “criação de 20 brigadas adicionais do Exército”, segundo o presidente. 

“Este decreto prevê um aumento no soldo de todo os militares para um nível não inferior a três salários mínimos, a transição da Ucrânia para Forças Armadas profissionais e um aumento na duração dos contratos”, disse Zelensky em discurso no Parlamento. “Este não foi preparado porque em breve teremos uma guerra… E sim para que logo e no futuro tenhamos paz na Ucrânia”. 

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky: atenção especial em posse do ultradireitista Milei
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. 01/11/2021 (Andy Buchanan/Getty Images)

O anúncio foi feito em meio às tensões com a Rússia sobre o envio de soldados para a região de fronteira entre os dois países. As avaliações mais recentes da inteligência dos EUA colocam mais de 50 grupos táticos russos enviados dentro e nos arredores da fronteira com a Ucrânia, enquanto a avaliação mais recente do Ministério da Defesa ucraniano diz que a Rússia já enviou mais de 127.000 soldados à região.

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Se a invasão de fato acontecer, não será a primeira vez que a Rússia assume o controle de uma região da Ucrânia. Em 2014, o governo de Moscou anexou a Crimeia.

Na semana passada, horas depois de Zelensky vir a público pedir calma, o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, ressaltou que a concentração de tropas russas nas fronteiras do país ainda é “insuficiente para uma ofensiva em larga escala”. 

No entanto, outros líderes ocidentais acreditam que uma invasão está mais perto. Os Estados Unidos, que já pediram para cidadãos americanos na Ucrânia deixarem o país por riscos, vem afirmando repetidamente que o Kremlin prepara uma ocupação militar na Ucrânia. Já Moscou nega as alegações, e diz que tenta apenas proteger suas fronteiras.

Também na semana passada, os EUA e a Otan, principal aliança militar ocidental, enviaram a Moscou uma série de respostas sobre a situação na Ucrânia, resultado de um reiterado pedido russo. Desde o ano passado, Moscou exigia que americanos e europeus entregassem por escrito respostas às suas demanda, entre elas a promessa de que a Ucrânia jamais fará parte da aliança militar.

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No dia seguinte, um porta-voz do Kremlin afirmou que  a rejeição dos Estados Unidos às exigências russas na crise com a Ucrânia deixa pouco espaço para otimismo, embora tenha acrescentado que um diálogo ainda é possível. A fala foi endossada pelo chanceler russo, Sergei Lavrov, que enfatizou que “o documento não contém respostas positivas sobre a principal questão”.

O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma adesão terá consequências graves. A Otan, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados da Otan e pela Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira com a Ucrânia para preparar um ataque.

Os Estados Unidos ameaçam a Rússia, prometendo uma “forte resposta” caso o exército russo invada a Ucrânia. Moscou, do outro lado, negou planos de invadir o país vizinho, mas há intensa movimentação militar na região.

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