Presidente da Câmara dos EUA pede abertura de impeachment de Biden
Kevin McCarthy informou que abertura de inquérito é baseada em "alegações de abuso de poder, obstrução e corrupção"
O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, anunciou nesta terça-feira, 12, que abrirá um inquérito de impeachment contra o presidente americano Joe Biden, com base em “alegações de abuso de poder, obstrução e corrupção”. O republicano estaria sofrendo pressão de parlamentares de extrema direita, que teriam ameaçado tirá-lo do cargo caso não prosseguisse com as acusações contra o democrata.
“Estou instruindo nossos comitês da Câmara a abrirem um inquérito formal de impeachment do presidente Joe Biden”, adiantou a repórteres. “Iremos aonde as evidências nos levarem.”
Até o momento, a oposição não foi capaz de apresentar provas de irregularidade na Presidência, apesar das constantes investigações, lideradas por republicanos, desde as eleições de 2020. As novas acusações indicariam que Biden teria lucrado com as negociações comerciais de seu filho mais velho no exterior, enquanto ocupava a vice-presidência, entre 2009 e 2017.
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Embora não tenham sido identificados sinais de má conduta de Biden, 61% da população acredita que o democrata teve algum envolvimento nas atividades de Hunter, ao passo que 42% dos americanos defendem que ele agiu ilegalmente. Apenas 18% afirmam que o envolvimento foi antiético, mas não ilegal, conforme revelou uma pesquisa realizada pelo canal de notícias CNN.
Ao definir as supostas descobertas como “sérias e críveis”, McCarthy acrescentou que “no seu conjunto, essas alegações pintam um quadro de uma cultura de corrupção”.
Um ex-parceiro de negócios do filho de Biden afirmou, em audiência na Câmara, que ele teria vendido a “ilusão” de acesso à Presidência. Em entrevista à rede britânica BBC, Hunter Biden admitiu que o conselho de administração da empresa ucraniana Burisma enxergou seu “nome como ouro”, devido a sua proximidade com o poder da Casa Branca.
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Segundo uma fonte ouvida pela CNN, três painéis assumirão protagonismo na investigação: o Comitê Judiciário da Câmara, presidido por Jim Jordan, de Ohio; o Comitê de Supervisão da Câmara, por James Comer, de Kentucky; e o Comitê de Modos e Meios da Câmara, por Jason Smith, do Missouri.
“Os republicanos da Câmara estão investigando o presidente há nove meses e não encontraram nenhuma evidência de irregularidade”, escreveu, em resposta ao anúncio, o porta-voz da Casa Branca, Ian Sams, na rede social X, antigo Twitter.
Os democratas alegam que a iniciativa republicana teria como finalidade o desvio da atenção dos problemas jurídicos de Trump, que enfrenta quatro acusações criminais enquanto procura concorrer às eleições de 2024. Se o impeachment for aprovado por maioria simples na Câmara dos Deputados americana, controlada por republicanos, o processo será submetido a um julgamento no Senado, dominado por democratas. O esforço contra Biden, portanto, dificilmente terá sucesso.