Presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), o diplomata Mario Vilalva declarou ter sofrido um “golpe” de Ernesto Araújo e acusou o ministro das Relações Exteriores de deslealdade. Nesta segunda-feira 8, Vilalva reagiu à informação de que Araújo alterou o estatuto da Apex por decreto, tirando atribuições da Presidência da entidade e as repassando a dois de seus aliados no órgão: a diretora de Negócios, Letícia Catelani, e o diretor de Gestão Corporativa, Márcio Coimbra.
“(Eu recebi) com muita surpresa e muita decepção (a mudança de estatuto). Eu não esperava isso de um colega (Araújo) ao qual eu fui leal o tempo todo”, afirmou Vilalva em entrevista para a Folha de S. Paulo.
“O mais grave foi o fato de que as mudanças foram feitas sem o presidente da Apex saber e que elas foram escondidas em documento guardado em cartório, o que demonstra jogada ardilosa e de má-fé”, completou o diplomata. Ao jornal O Estado de S. Paulo, ele classificou a ação de Araújo como um “golpe”.
Pelo decreto de Araújo, protocolado à revelia de Vilalva, o estatuto da Apex é alterado em diversos pontos, enfraquecendo o poder do presidente e fortalecendo os diretores Letícia Catelani e Márcio Coimbra. As alterações impedem, por exemplo, que a Presidência demita os diretores e permite que Catelani e Coimbra convoquem reuniões para “impossibilitar” o presidente.
Veiculada ao ministério das Relações Exteriores, a Apex promove produtos e serviços brasileiros no exterior e atrai investimentos estrangeiros. Vilalva substituiu Alex Carneiro, presidente da entidade que foi demitido em janeiro por inexperiência na área e falhas consideradas graves no currículo, como não falar inglês – necessidade básica ao cargo.