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Presidente da África do Sul faz apelo por fim de restrições a voos

Ramaphosa disse que as medidas não se justificam cientificamente e que prejudicam a recuperação econômica dos países afetados

Por Da Redação Atualizado em 29 nov 2021, 14h20 - Publicado em 29 nov 2021, 14h01

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, pediu para que a comunidade internacional reverta urgentemente as restrições “cientificamente injustificadas” aos voos que procedem do seu país devido à nova variante do coronavírus

“Apelamos a todas as nações que fizeram restrições que revertam imediatamente as suas decisões. Essas medidas irão prejudicar ainda mais as economias dos países que foram afetados e nos impedirá de ter uma recuperação”, disse Ramaphosa, no seu primeiro discurso desde a descoberta da Ômicron.

Uma série de nações decretaram o impedimento de voos vindos do país africano depois da descoberta da nova cepa do vírus em território sul-africano. A Ômicron teve seu primeiro caso confirmado no dia 9 de novembro e já há casos em cinco continentes.

O bloqueio rápido de voos assustou a indústria do turismo da África do Sul, que viu o número de cancelamentos de reservas disparar nos últimos dias. Durante o ano de 2020, o setor perdeu cerca de 10 bilhões de dólares por conta da pandemia e a estimativa é que sejam perdidos 10 milhões por semana até a revogação das suspensões.

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A diretora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, elogiou as autoridades de saúde sul-africanas por terem reportado imediatamente a descoberta da nova variante. Ela aproveitou também para criticar as restrições às viagens e disse que tais medidas devem ser tomadas com base em regulamentações científicas internacionais de saúde. 

“As medidas restritivas podem desempenhar um papel na redução da disseminação do coronavírus, mas representam também um grande fardo para vidas e meios de subsistência. Elas precisam ter como base o Regulamento Sanitário Internacional, que é um instrumento reconhecido por mais de 190 nações”, disse Moeti em comunicado. 

Para alguns especialistas, é ingenuidade de certos governos acreditar que podem impedir a disseminação da nova cepa apenas bloqueando voos vindos de países específicos, uma vez que o vírus provavelmente já esteve em contato com pessoas que nem nessas nações estiveram. 

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A Organização Mundial da Saúde a classificou como uma “variante de preocupação” que é potencialmente mais contagiosa do que as anteriores. No entanto, ainda há uma série de dúvidas a seu respeito, inclusive seu nível de letalidade e sua resistência a vacinas já existentes. Até o momento ainda não há mortes relacionadas a Ômicron. 

“Atualmente não há informações que sugiram que os sintomas associados a ela sejam diferentes daqueles de outras variantes”, disse a agência. 

A África do Sul é o país mais afetado pela Covid-19 no continente africano com cerca de 2,9 milhões de casos confirmados e quase 90 mil mortes. Um dos principais fatores para isso é a campanha de vacinação, que sofreu com um início lento e uma hesitação generalizada. Até o momento, apenas 35% dos adultos sul-africanos estão completamente imunizados.

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Durante o discurso, Ramaphosa pediu mais uma vez à população que procure os postos e tratou a vacina como a “ferramenta mais poderosa” para acabar com a pandemia. Recentemente, o governo estudou a possibilidade de tornar a vacinação obrigatória para certas atividades e locais em uma tentativa de aumentar a taxa de imunização do país.

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