O presidente argelino Abdelaziz Bouteflika renunciou à presidência após 20 anos de governo, informou a agência estatal de notícias nesta terça-feira, 2, ao final de semanas de protestos que tomaram as ruas. Os manifestantes pediam para o então presidente não concorrer a um quinto mandato nas próximas eleições, que foram adiadas por ele e ainda não têm nova data marcada.
Bouteflika afirmara há uma semana que renunciaria ao cargo até o dia 28 de abril no fim de seu mandato. Mas o chefe das Forças Armadas disse que “não havia mais tempo a perder” e que chegara a hora de o processo constitucional entrar em curso porque o presidente não estava apto a governar devido ao seu estado de saúde.
Desde a independência em 1962, o país é governado pelos militares e agora está em processo de transição para eleições livres e democráticas. Abdelaziz Bouteflika fez raras aparições em público desde que sofreu um derrame cerebral em 2013. Ele foi um dos raros líderes do norte da África a passar incólume à Primavera Árabe, os movimentos populares iniciados em dezembro de 2010 que resultaram na queda de vários governos ditatoriais.