O primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, anunciou nesta segunda-feira, 21, uma série de medidas econômicas que serão incluídas no orçamento de 2020, após uma reunião extraordinária de seu gabinete em resposta aos cinco dias de protestos que tomaram o país. Hariri disse que apoia a demanda dos manifestantes de antecipar novas eleições.
Hariri divulgou detalhes do orçamento de 2020, como a redução de 50% do salário para os ministros, deputados e outros cargos públicos e o enxugamento da estrutura da administração publica com a eliminação do Ministério da Informação e outros órgãos considerados “desnecessários” e pesados para os cofres do Estado. Nas ruas, os manifestantes criticaram o acumulo de privilégios dos partidos políticos, que controlam o país desde o fim da guerra civil (1975-1990).
O Ministério da Informação foi o pivô dos protestos que chacoalharam o país na última semana. Estava previsto para entrar em pauta de votação um novo imposto que incidia sobre os aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, para ajudar a cobrir déficit do país. A população não recebeu bem a proposta e foi às ruas para demandar mudanças. A força das demonstrações fizeram o ministério voltar atrás na última sexta-feira 18.
Agora, o primeiro-ministro garantiu que “não há nenhum imposto novo” para 2020 e que serão redigidas novas leis até o fim do ano para “recuperar os recursos saqueados do Líbano” e “estabelecer uma autoridade para combater a corrupção”, entre outras iniciativas que buscam satisfazer a principal bandeira dos manifestantes: o fim da corrupção no governo.
Entre as medidas anunciadas por Hariri, será aumentado o investimento no setor de abastecimento de energia para reduzir a escassez, controlar os fundos destinados à água e à construção para evitar desperdícios e que o Banco Central e privados deverão contribuir para reduzir do déficit no ano que vem. Mesmo com as medidas, a previsão é de que o rombo no orçamento em 2020 seja de 0,6%.
No entanto, Hariri não anunciou mudanças de governo, nem a própria renúncia, como os libaneses têm pedido nas ruas do país.
(Com EFE)