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Premiê do Japão cancela viagem ao exterior após alerta de ‘megaterremoto’

Um dia após abalo de magnitude 6,9, agência meteorológica avisa que grande terremoto deve ocorrer ao longo da costa do Pacífico

Por Da Redação
9 ago 2024, 08h13

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, cancelou nesta sexta-feira, 9, uma visita à Ásia Central neste fim de semana após a agência meteorológica do país emitirem um alerta de “megaterremoto” para a costa do Pacífico. Isso ocorreu apenas um dia após dois abalos, de magnitudes 7,1 e 6,9, atingiram o território japonês.

A Agência Meteorológica do Japão alertou que “se um grande terremoto ocorresse no futuro, fortes tremores e grandes tsunamis seriam gerados”.

“A probabilidade de um novo grande terremoto é maior do que o normal, mas isso não é uma indicação de que um grande terremoto definitivamente ocorrerá durante um período específico de tempo”, acrescentou.

Kishida, que vem lutando contra baixos índices de aprovação e pode ver a influência abalada com uma eleição presidencial do seu partido no mês que vem, anunciou a decisão em uma entrevista coletiva. Ele deveria realizar uma cúpula com os líderes do Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão na capital cazaque, Astana, na noite de sexta-feira e se encontrar com o presidente mongol em Ulaanbaatar na próxima segunda-feira, de acordo com a agência de notícias Kyodo.

A emissora pública NHK disse que a viagem de Kishida ao exterior foi cancelada para que ele pudesse se preparar para qualquer eventualidade.

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A Agência Meteorológica do Japão emitiu seu primeiro alerta sobre o risco de um megaterremoto na quinta-feira, depois que um abalo sísmico na ilha de Kyushu desencadeou um alerta de tsunami. Não houve relatos de mortes ou danos graves.

Zona perigosa

O alerta diz respeito à “zona de subducção” do Nankai Trough, entre duas placas tectônicas no Oceano Pacífico, onde massivos terremotos já ocorreram ocorreram no passado. O vale submarino de 800 quilômetros vai de Shizuoka, a oeste de Tóquio, até a ponta sul da ilha Kyushu. A cada 100 ou 200 anos, tremores de magnitude 8 ou 9 são registrados por lá. Esses chamados “megaterremotos”, que geralmente ocorrem em pares, desencadearam tsunamis perigosos ao longo da costa sul do Japão, um dos países mais sismicamente ativos do mundo.

Em 1707, todos os segmentos do Nankai Trough se romperam de uma vez, desencadeando o segundo mais poderoso terremoto já registrado no país. O primeiro ocorreu em março de 2011 ao longo da costa nordeste, que desencadeou o tsunami que matou mais de 18 mil pessoas e provocou o desastre na usina nuclear de Fukushima.

Especialistas do governo acreditam que há uma chance de 70% a 80% de um mega terremoto de magnitude 8 ou 9 acontecer ao redor do vale nos próximos 30 anos. No pior cenário, o desastre mataria 300 mil pessoas, com impacto financeiro de até US$ 13 trilhões.

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