Por que a Rússia se preocupa com novo sistema de armas dos EUA na Ucrânia
Putin disse que sistema de defesa aérea Patriot, com capacidade para atingir alvos mais distantes, será alvo do Kremlin
O governo da Rússia disse nesta quarta-feira, 14, que irá considerar os novos sistemas de defesa aérea americanos na Ucrânia como alvos militares legítimos, passíveis de bombardeios. Autoridades americanas dizem que estão prestes a enviar uma nova leva do Patriot, armamento mais sofisticado para Kiev se defender de ataques aéreos.
Em fala a repórteres, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou que a Rússia “indubitavelmente” visaria o armamento caso o Pentágono siga adiante com o plano de enviá-lo a Kiev.
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De acordo com autoridades do governo americano, o Departamento de Defesa deve aprovar já nesta semana a transferência dos sistemas de defesa para ajudar a Ucrânia contra os constantes bombardeios russos que visam sua infraestrutura energética. A aprovação final, no entanto, depende da assinatura do presidente Joe Biden.
O Kremlin já disse anteriormente que atacaria outros armamentos fornecidos pelo Ocidente, como os lançadores de mísseis de longo alcance HIMARS, de fabricação americana. O Patriot é capaz de derrubar mísseis balísticos russos, ao contrário dos fornecidos anteriormente, e pode atingir alvos muito mais distantes.
O eventual envio do sistema para a Ucrânia elevaria o nível do arsenal militar do país e sinalizaria o aprofundamento das relações entre Kiev e Washington, reforçando a narrativa russa de que a guerra está sendo travada entre a Rússia e o Ocidente.
O governo ucraniano intensificou seus apelos por um sistema de defesa aérea mais eficaz desde quando Moscou começou a realizar bombardeios semanais na infraestrutura de energia do país, focando usinas e redes de água e esgoto. Os ataques, que usam mísseis e drones de fabricação iraniana, têm deixado a população sem eletricidade, o que é especialmente preocupante à medida que o inverno se aproxima.
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Unidades do Patriot são enviadas com frequência pelos Estados Unidos para missões espalhadas pelo mundo. No entanto, especialistas apontam que não há estoque disponível para uma grande transferência para a Ucrânia da mesma forma que aconteceu com armamentos enviados anteriormente.