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Por que a China está cavando um dos buracos mais profundos do mundo

Perfuração de poço de 11,1 mil metros na bacia de Tarim, em Xinjiang, começou nesta terça-feira

Por Da Redação 6 jun 2023, 12h30
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  • Em um esforço para estudar áreas das profundezas do planeta, a China começou a cavar um dos poços mais profundos do mundo, com planejamento de chegar até 11,1 mil metros. De acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, a perfuração começou nesta terça-feira, 6, em um deserto na bacia de Tarim, na região de Xinjiang, noroeste do país.

    O poço estreito deve alcançar o sistema cretáceo na crosta terrestre, uma série de rochas estratificadas que datam de 145 milhões de anos. Atualmente, o buraco mais profundo feito pelo homem é o Kola Superdeep Borehole, no noroeste da Rússia, com 12,2 mil metros de profundidade.

    Em um comunicado, a China National Petroleum Corporation, principal produtora de petróleo e gás do país que lidera o projeto, disse que o poço vai permitir aos cientistas estudar a estrutura interna e a evolução da Terra e fornecer dados para pesquisas em geociências. Wang Chunsheng, um especialista técnico envolvido na operação, descreveu o projeto como uma tentativa ousada de explorar o território desconhecido da Terra e expandir os limites da compreensão humana.

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    O projeto está previsto para ser concluído em 457 dias e foi aclamado pela mídia estatal chinesa como “um marco na exploração da Terra profunda da China”. Porém, a operação não vai ser uma tarefa fácil.

    “A dificuldade de construção do projeto de perfuração pode ser comparada a um grande caminhão dirigindo em dois cabos de aço finos”, disse Sun Jinsheng, cientista da Academia Chinesa de Engenharia, à Xinhua.

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    O equipamento de mais de 2 mil toneladas foi projetado para suportar temperaturas subterrâneas de até 200°C e uma pressão atmosférica 1.300 vezes maior. Além disso, as condições extremas do ambiente da bacia do Tarim, lar do deserto mais quente e seco da China, aumenta o desafio para os envolvidos no projeto.

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    O projeto faz parte dos esforços de Pequim em explorar novas fronteiras abaixo da superfície da Terra. Em 2021, o presidente chinês, Xi Jinping, pressionou os principais cientistas do país a quebrar barreiras em diferentes áreas, incluindo a exploração profunda da Terra e a busca por novos recursos naturais para o fornecimento doméstico de energia.

    Em particular, a região de Xinjiang é conhecida por ser rica em depósitos minerais e petróleo. Apenas no mês passado, a Sinopec, a maior empresa de refino da China, encontrou fluxos consideráveis de petróleo e gás em um poço de exploração na bacia do Tarim, a uma profundidade de mais de 8.500 metros abaixo da superfície.

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