Polônia consolida Tusk como premiê, tirando extrema direita do poder
O novo líder polonês promete resgatar o protagonismo do país e pressionar pelo total apoio do ocidente à Ucrânia
O recém-eleito parlamento da Polônia elegeu nesta segunda-feira, 12, o veterano político centrista Donald Tusk para o cargo de primeiro-ministro, anteriormente ocupado por ele entre 2007 a 2014, e encerrou um domínio de quase uma década da extrema direita sobre o país.
“Este é um dia verdadeiramente maravilhoso, não só para mim, mas para todos aqueles que acreditaram profundamente durante muitos anos que as coisas vão melhorar, que vamos afugentar a escuridão, que vamos afugentar o mal”, disse Tusk.
Processo turbulento
A escolha se deu após uma tentativa frustrada do partido Lei e da Justiça, no poder até então, de emplacar um governo interino encabeçado por seu líder, Mateusz Morawiecki. Ele chefiou a administração anterior, pediu demissão depois do revés nas eleições parlamentares e foi convidado pelo presidente e seu aliado Andrzej Duda para tentar compor um governo.
Os opositores denunciaram a ação de Duda como uma tentativa de reverter o revés das urnas e de nomear seus colegas de confiança para cargos em instituições e empresas estatais. Após a polêmica, o parlamento pôs um ponto final no pleito de Morawiecki e interromperam os oito anos da direita no comando da Polônia.
Promessas e desafios
Apesar de tomar posse apenas na quarta-feira, 13, Tusk já deu indícios dos rumos que vai tentar impor à Polônia. Ele prometeu resgatar o protagonismo da nação em relação não só aos pares europeus, como também aos colegas da Otan, principal aliança militar do Ocidente.
Tusk disse também que vai pressionar a banda ocidental do globo pelo apoio total aos ucranianos, que vem se desgastando com a guerra prolongada contra a Rússia. No entanto, seus planos deverão levar em conta as limitações do presidente Duda.
“Exigiremos em alto e bem tom, decisivamente, a mobilização total do mundo livre, do mundo ocidental, para ajudar a Ucrânia nesta guerra. Não há alternativa”, disse Tusk aos legisladores poloneses nesta terça-feira, 12.
Será um desafio, já que o processo eleitoral turbulento em Varsóvia acabou afetando as relações com Kiev. Enquanto o Lei e Justiça tentava angariar apoio da extrema direita, que se opõe ao apoio financeiro aos ucranianos, a parceria entre as nações saiu dos trilhos.