Políticos de Moscou e São Petersburgo exigem renúncia de Putin
Deputados municipais de 18 distritos de Moscou e São Petersburgo assinaram uma declaração pública exigindo que Vladimir Putin deixe a presidência
Na Rússia, deputados municipais de 18 distritos de Moscou e São Petersburgo assinaram uma declaração pública exigindo a renúncia do presidente Vladimir Putin.
“Nós, os deputados municipais da Rússia, acreditamos que as ações do presidente Vladimir Putin prejudicam o futuro da Rússia e de seus cidadãos. Exigimos a renúncia de Vladimir Putin do cargo de Presidente da Federação Russa!”, disse a declaração publicada por Ksenia Torstrem, a deputada municipal do distrito de Semenovsky de São Petersburgo, na segunda-feira 12.
“É difícil falar publicamente por causa da repressão. Portanto, criamos um texto tão conciso”, disse Torstrem ao The Insider, um dos últimos jornais independentes da Rússia.
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“Os deputados ainda não estão proibidos de opinar. E também não é proibido pedir pela renúncia do presidente. Ele não é um monarca, mas um trabalhador contratado, recebe um salário de nossos impostos”, acrescentou.
NEW: Deputies from 18 Moscow & Petersburg regions said Putin should resign as he is ‘harming the future of Russia & its citizens.’ It is another rumble of discontent. Yesterday Putin ally Kadyrov criticised Russia’s army for ‘astounding’ losses in Ukraine https://t.co/yJPXHDBMyU
— Emma Burrows (@EJ_Burrows) September 12, 2022
“Nossa função é representar os interesses do povo, e vemos que o povo não está satisfeito. E nosso povo é a fonte de poder de acordo com a Constituição. Eu pessoalmente não entendo os motivos das ações de Vladimir Putin. Acho que uma pessoa não pode ficar no poder por tanto tempo.”
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Nesta terça-feira, 13, um dia depois que os deputados municipais se pronunciaram, o Kremlin lançou uma ameaça vagamente velada.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a linha entre criticar legalmente a campanha militar da Rússia na Ucrânia e entrar em conflito com as leis de censura de guerra que levam penas de até 15 anos de prisão ‘é muito, muito tênue’.
Kremlin spokesman Dmitry Peskov: The line between legally criticising Russia's military campaign in Ukraine and falling foul of wartime censorship laws that carry penalties of up to 15 years in prison "is very, very thin"
— Jake Cordell (@JakeCordell) September 13, 2022