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Rússia processa jornalista que protestou contra guerra da Ucrânia na TV

Marina Ovsyannikova foi acusada de divulgar informações falsas sobre o exército russo após denunciar ao vivo a guerra na Ucrânia

Por Da Redação
Atualizado em 11 ago 2022, 11h07 - Publicado em 11 ago 2022, 11h06

Uma ex-jornalista da TV estatal russa que, em março, interrompeu uma transmissão ao vivo para denunciar a guerra da Ucrânia foi acusada pelo Kremlin de divulgar informações falsas sobre o exército russo. O crime é punível com até 10 anos de prisão.

No mês passado, Marina Ovsyannikova também ergueu um cartaz que dizia “Putin é um assassino, seus soldados são fascistas” na margem do rio Moskva, em frente ao Kremlin. Três bonecas de brinquedo manchadas de tinta vermelha foram colocadas no chão na frente dela. Já em março, Ovsyannikova, que nasceu na Ucrânia, invadiu o set de um noticiário noturno ao vivo no principal canal russo, o Channel One, segurando um pôster que dizia “Sem Guerra” em inglês.

Desde os protestos, ela foi presa e multada várias vezes por sua contínua oposição à campanha militar da Rússia na Ucrânia. A acusação de divulgação de notícias falsas é referente aos dois casos.

“Um caso criminal foi aberto”, disse seu advogado, Dmitry Zakhvatov, acrescentando que eles estão esperando que os investigadores decidam sobre uma medida pré-julgamento.

Ovsyannikova foi acusado de divulgar informações sobre as forças armadas russas consideradas falsas pelo governo e passará a noite em prisão preventiva, disse Zakhvatov.

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Em entrevista à agência de notícias AFP na semana passada, Ovsyannikova expressou esperança de que as autoridades não a colocassem em prisão preventiva porque ela tem dois filhos. Nesta quinta-feira, ela afirmou que 10 membros da polícia invadiram sua casa às 6h.

“Eles assustaram minha filha pequena”, acrescentou.

As críticas à decisão de Putin de enviar soldados para a Ucrânia foram praticamente proibidas na Rússia, e o protesto de março ganhou manchetes em todo o mundo. O presidente francês Emmanuel Macron ofereceu a Ovsyannikova, que trabalhou para a TV estatal russa por 19 anos, asilo ou outras formas de proteção consular.

Putin tem um histórico de repressão à oposição. A invasão à Ucrânia ocorreu depois que o principal crítico do Kremlin, Alexei Navalny, foi preso e suas organizações políticas, proibidas.

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As autoridades estão agora tentando extinguir os últimos vestígios de dissidência, e quase todos os ativistas conhecidos estão presos ou fora do país. No início deste ano, os críticos proeminentes de Putin Ilya Yashin e Vladimir Kara-Murza foram colocados em prisão preventiva por denunciar a ofensiva de Moscou na Ucrânia.

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Ovsyannikova disse à AFP na semana passada que seu destino era “nada invejável”, mas que continuaria se manifestando.

“Não pretendo parar, não tenho medo, apesar da constante intimidação das autoridades”, afirmou.

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