O dirigente partidário Pedro Briones, do Movimento Revolução Cidadã, mesmo partido do ex-presidente Rafael Correa, foi morto a tiros nesta terça-feira, 14, no Equador, segundo a imprensa local, com base em informações da polícia. O caso acontece cinco dias após o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio e de um ataque a tiros contra uma política que pleiteia vaga na Assembleia Nacional nas próximas eleições, marcadas para o domingo 20.
De acordo com a polícia, dois homens que estavam em uma moto atiraram em Briones, quando ele chegava em sua casa em Esmeraldas, no norte do país. Ele levou dois tiros na cabeça e um no peito. Autoridades do Ministério do Interior não confirmaram a morte, quando procuradas pela agência de notícias Reuters.
Em publicação nas redes sociais, Luisa González, presidenciável pelo partido de Briones e líder nas pesquisas, disse que o “Equador vive sua época mais sangrenta”, e que “isso se deve ao abandono de um governo inepto e um Estado tomado pelas máfias”.
Na semana passada, o alto comissário das Nações Unidas para direitos humanos, Volker Türk, condenou o assassinato de Villavicencio. Em comunicado, ele caracterizou o ato como “chocante” e disse se tratar de uma ameaça à democracia do país.
“A violência contra candidatos políticos é uma séria ameaça ao processo eleitoral e à capacidade do povo de expressar sua vontade democrática”, afirmou.
Ainda em julho, a autoridade das Nações Unidas havia expressado “profunda preocupação” com o recente aumento da violência no Equador, que mescla homicídios em massa em prisões com ataques e ameaças contra candidatos políticos e jornalistas. A taxa de homicídios bateu recorde no ano passado, com 25 mortes intencionais a cada 100.000 habitantes.
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Villavicencio foi morto com três tiros na cabeça na quarta-feira 9, na capital, Quito, enquanto deixava um evento de campanha. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que o político deixa o local do evento e se dirige para um carro. Em seguida, é possível ouvir tiros e gritos.
A instabilidade no país levou o presidente equatoriano, Guilherme Lasso, a ordenar estado de emergência através do Decreto Executivo 841, devido a “grave comoção interna”, por 60 dias.
Entre as novas medidas e restrições impostas pelo estado de emergência, o governo ordenou a mobilização para que a Polícia Nacional e as Forças Armadas coordenem esforços para a manutenção da ordem pública e a garantia do fortalecimento e a preservação das instituições democráticas do país. A medida também prevê a limitação do direito à liberdade de reunião em todo o território nacional.