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Prefeito de Seul é encontrado morto pela polícia sul-coreana

Park Won-soon havia desaparecido, deixando uma carta-testamento e o telefone desligado, disse família; um dia antes, ele foi denunciado por assédio sexual

Por Da Redação
Atualizado em 9 jul 2020, 15h55 - Publicado em 9 jul 2020, 15h18

A polícia da Coreia do Sul confirmou nesta quinta-feira, 9, ter encontrado o corpo do prefeito de Seul, Park Won-soon, que havia desaparecido após denúncias de assédio sexual serem relatadas pela mídia local.

Um porta-voz da polícia explicou que Park, de 64 anos, foi achado no monte Bukak, no distrito de Jogno-gu, ao norte da capital sul-coreana. O lugar fica perto de onde foi visto pela última vez, às 10h53 (horário local; 22h53 da quarta-feira 8 em Brasília), após sair de casa.

A causa de morte ainda não foi identificada.

A filha do prefeito, Park Da-hee, denunciou o desaparecimento de Park Won-soon por volta das 17h17 (horário local, 5h17 de Brasília) desta quinta-feira, 9, dizendo que seu pai “havia saído de casa quatro ou cinco horas atrás, depois de deixar uma carta que se assemelha a um testamento, e que telefone dele estava desligado”, informou a agência Yonhap. Logo depois, quase 600 policiais e bombeiros, juntamente com três cães de resgate, foram enviados para procurar o prefeito.

No dia do desaparecimento, a SBS, uma grande emissora sul-coreana, informou que uma secretária de Park’s havia feito uma denúncia à polícia de Seul, supostamente envolvendo assédio sexual. A reportagem, que não citou uma fonte, disse que a secretária afirmou que outras funcionárias da prefeitura de Seul também haviam sofrido assédio semelhante.

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O movimento #MeToo, que explodiu nos Estados Unidos em 2018, também atingiu a Coreia do Sul, encorajando mais mulheres a fazerem denúncias. Em abril, o prefeito da segunda maior cidade do país, Busan, renunciou após admitir má conduta sexual e ser acusado de assediar uma funcionária.

Antes de tornar-se prefeito, Park era um advogado de direitos humanos focado em questões progressistas, incluindo os direitos das mulheres. Entre as suas pautas, estavam as “mulheres de conforto” sul-coreanas – mulheres e crianças que tornaram-se escravas sexuais de soldados do Japão durante seu domínio sobre as Coreias.

Prefeito de Seul desde 2011, Park era visto como uma esperança para os liberais nas eleições presidenciais de 2022. A vitória esmagadora de um outsider contra o partido no poder há uma década provocou um frenesi público, e sua chegada inesperada à prefeitura mais poderosa do país foi vista como um sinal de que os sul-coreanos estavam cansados da política tradicional.

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Ele estava cumprindo seu terceiro mandato consecutivo (o primeiro foi como candidato independente antes de ingressar no agora Partido Liberal Democrático, em 2012) e, como ex-ativista pró-democracia e direitos humanos, era uma figura importante no cenário político sul-coreano.

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(Com EFE)

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