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Polarização política pode agravar situação da pandemia no Brasil, diz ONU

Michelle Bachelet, alta comissária de Direitos Humanos, afirmou que 'é vital que os líderes mantenham comunicação consistente' com a população

Por Da Redação
Atualizado em 1 jul 2020, 11h15 - Publicado em 1 jul 2020, 11h12
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  • A alta comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, manifestou nesta terça-feira, 1, a preocupação de que a polarização e declarações que neguem a realidade da pandemia de Covid-19 possam agravar a situação provocada pela doença respiratória causada pelo coronavírus no Brasil e em outros países.

    Em discurso durante sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a situação dos direitos humanos no mundo e os impactos da pandemia, Bachelet também expressou preocupação com a situação dos povos indígenas diante do contágio.

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    “É vital que os líderes mantenham comunicação consistente, crível e baseada em fatos com as pessoas às quais servem”, disse Bachelet no discurso, antes de elogiar a resposta e abordagem da Coreia do Sul à pandemia e de manifestar preocupação com a situação no Brasil e em outros países, como os Estados Unidos.

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    “Em contraste, em Belarus, Brasil, Burundi, Nicarágua, Tanzânia e Estados Unidos, fico preocupada que as declarações que negam a realidade do contágio viral, e a crescente polarização em questões fundamentais, possam intensificar a gravidade da pandemia ao minar esforços para conter a disseminação e fortalecer os sistemas de saúde”, afirmou.

    Sem citar especificamente o Brasil, Bachelet também se disse preocupada com a situação dos povos indígenas em meio à pandemia. No Brasil, essa população é uma das mais vulneráveis ao vírus, devido à precariedade do sistema de saúde que os atendem principalmente na região norte do país, a mais crítica.

    “Populações indígenas também são particularmente vulneráveis. Acesso inadequado a instalações de saúde e outras fundamentais exacerbam o risco da pandemia para eles, ao mesmo tempo que a ausência de dados desagregados dificulta a adoção de medidas personalizadas para atender às suas necessidades. É hora de essa negligência terminar”, disse Bachelet.

    No Brasil, mais de 1,4 milhão de pessoas foram infectadas e, delas, 59.594 perderam suas vidas, segundo levantamento em tempo real da Universidade Johns Hopkins. No mundo, são mais de 10 milhões de casos e 511.909 óbitos.

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