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Pobreza cresce na Argentina e bate 57,4% em janeiro de 2024

Índice aumentou quase 8% em um mês e é o maior dos últimos 20 anos

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 17h12 - Publicado em 18 fev 2024, 14h07
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  • Um levantamento do Observatório da Dívida Social Argentina, divulgado neste domingo 18, aponta para uma situação preocupante no país: a pobreza cresceu quase 8% no período de um mês na Argentina – passou de 49,5% em dezembro de 2023 para 57,4% em janeiro de 2024, maior nível dos últimos 20 anos (em 2004, chegou a 54,8%).

    “O relatório é baseado em uma simulação estatística a partir dos dados da pesquisa do terceiro trimestre do ano passado”, disse Agustín Salvia, diretor do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica da Argentina. “Não acredito que estejamos muito longe do que está acontecendo. As pessoas mais atingidas são a classe média baixa e os trabalhadores de baixa qualificação”, completou. Ou seja, afetando cerca de 27 milhões de argentinos, sendo que 15% está vivendo em extrema pobreza.

    O documento informa ainda que esse crescimento dos níveis de pobreza é diretamente associado à desvalorização promovida pelo governo no final do ano passado, que aumentou significativamente os valores das cestas básicas e do total de alimentos, mesmo com a subida nas fontes secundárias de aposentadorias, pensões e rendimentos do trabalho.

    Pior que em 2004

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    Segundo Salvia, a diferença entra a situação atual e de 2004 é que, naquela época, a Argentina saía de uma crise econômica, e agora pode estar entrando em uma, caso o programa do novo governo de Javier Milei não funcione. “Se a inflação cair, terá um alívio rápido; senão, enfrentaremos uma catástrofe social”.

    De acordo com o texto, os argentinos mais afetados em 2024 são as famílias de classe média e baixa que não são beneficiárias de políticas sociais. Para os que recebem o auxílio do estado, porém, o nível de pobreza também subiu de 76,5% no terceiro trimestre de 2023 para 81,9% em dezembro de 2023 e 85,5% em janeiro de 2024.

    Na noite deste sábado, 17, o presidente argentino publicou em sua conta no X, antigo Twitter, “que os políticos precisam entender que o povo votou por uma mudança” em reação aos números do relatório.

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