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Peru impõe toque de recolher em Lima após protestos

Vista como desproporcional por oposição, ordem é tentativa de conter manifestações nacionais contra aumento dos custos de combustível e fertilizantes

Por Da Redação Atualizado em 5 abr 2022, 15h13 - Publicado em 5 abr 2022, 13h09

O presidente do Peru, Pedro Castillo, impôs um toque de recolher na capital, Lima, nesta terça-feira, 5, proibindo as pessoas de deixarem suas casas. A medida é uma tentativa de conter os protestos contra o aumento dos custos de combustível e fertilizantes que se espalharam por todo o país.

A ordem, anunciada ainda na noite de segunda-feira, afeta cerca de 10 milhões de pessoas e surpreendeu a população peruana. Sem saber do decreto, civis relataram, nesta manhã, a preocupação quando chegaram a escritórios para jornadas de trabalho.

Nas estações de ônibus localizadas nas principais avenidas de Lima, só chegaram alguns ônibus da Polícia Nacional, que recolheu pessoas que esperavam por condução, como no distrito de Santa Anita, no leste da capital peruana.

Ficam isentos do cumprimento do toque de recolher os profissionais de saúde, de abastecimento de água, saneamento básico, energia elétrica, combustíveis, telecomunicações, limpeza, serviços funerários, transporte de carga e mercadorias.

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A decisão de manter a população em casa foi aprovada pelo Conselho de Ministros do Peru, em meio a uma onda de rumores sobre manifestações e saques em Lima, após o início da paralisação dos trabalhadores do setor de transporte.


“Diante dos atos de violência que alguns grupos tentaram criar (…), o gabinete concordou em declarar a proibição da mobilidade dos cidadãos das 2h às 23h59 de terça-feira, 5 de abril, para proteger os direitos fundamentais de todas as pessoas”, disse Castillo em um discurso transmitido em todo o país.

Os protestos contra o aumento no preço dos combustíveis completaram uma semana na segunda-feira, 4. Até o momento, 20 pessoas foram detidas e quatro mortes foram registradas em confrontos entre policiais e manifestantes ocorridos por causa de bloqueios de vias.

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Apesar de aprovada pelo Conselho de Ministros, a decisão foi classificada como “inconstitucional” por opositores e pela Defensoria do Povo (equivalente ao Ministério Público), que, em pronunciamento, destacou a ausência de motivação para a adoção da medida e sua desproporcionalidade com os protestos sociais registrados em Lima e Callao.

O órgão também indicou que a medida não leva em conta “os graves impactos” que serão provocados aos trabalhadores de Lima, por isso, pediu que a ordem seja revogada.

A presidente do Congresso, María del Carmen Alva, postou no Twitter que Castillo “não pode impedir o funcionamento” do Poder Legislativo, que seguirá com a agenda prevista. Mesmo parlamentares de esquerda, como Sigrid Bazán, da coalizão Juntos pelo Peru, que é habitual aliada do governo, considerou o toque de recolher uma medida “inaceitável”.

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Esta é a primeira greve enfrentada pelo governo Castillo, que assumiu o poder há 8 meses e já foi acusado de corrupção e alvo de um pedido de impeachment, rejeitado em uma votação no Congresso no fim de março.

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