O primeiro-ministro do Peru, Alberto Otárola, declarou na noite de terça-feira 9 que o país está em estado de emergência por toda a região fronteiriça com o Equador e prometeu reforçar a vigilância com o aumento do efetivo militar e policial.
A medida é uma resposta ao caos na segurança pública que acossa o país vizinho nos últimos dias, e vai abranger as zonas do Amazonas, Cajamarca, Loreto, Piura e Tumbes. As duas últimas já estavam em situação de emergência desde novembro passado por conta do aumento da insegurança na divisa.
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Apesar de não especificar o número de tropas que serão levadas às localidades, Otárola assegurou a jornalistas que um contingente das forças armadas e de forças policiais de elite vão reforçar o controle de quem entra e sai do país pelas vias terrestres dos mais de 1.400 quilômetros que compartilha com os equatorianos.
Nesta quarta-feira, 10, os ministros da Defesa, Jorge Chávez , e do Interior, Víctor Torres, cumprem uma agenda na cidade de Tumbes para coordenar os próximos passos a serem dados pelo governo.
“Os próprios ministros vão tomar ações diretas para proteger toda a nossa fronteira e manter os nossos cidadãos seguros”, adiantou Otárola.
O governo peruano ainda expressou a sua “forte condenação” à onda de violência que tomou as ruas do Equador desde o dia 8 de janeiro, e classificou os gestos protagonizados pelas facções criminosas como “uma violação aos direitos fundamentais dos equatorianos e uma ameaça a segurança do país irmão”.
Em comunicado oficial, a diplomacia do Peru também apoiou as ações do presidente equatoriano, Daniel Noboa, para preservar “as instituições democráticas e a estabilidade” e desejou “uma pronta restauração da paz e da segurança no referido país”.
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O Equador foi tomado ações de terror, sob comando das organizações do crime, com explosões de automóveis em diversas cidades, ataques com explosivos, sequestros de policiais e até mesmo retenção de agentes penitenciários nos próprios presídios.
De volta para casa
Uma das medidas tomadas por Noboa na tentativa de reverter a situação de guerra em que o país mergulhou foi de expatriar os criminosos colombianos, venezuelanos e peruanos. Eles representam cerca de 90% da população carcerária do país, com mais de 1.500 pessoas.
Um dos problemas enfrentados pelo Equador é a superlotação das prisões, em sua maioria comandadas por facções criminosas que rivalizam e fazem rebeliões corriqueiras.