Pela primeira vez em 700 anos, mosteiro espanhol abre portas para meninas
Permissão e formação de novo coral é 'passo histórico' na inclusão de mulheres, segundo padre
Pela primeira vez em 700 anos, o Mosteiro de Montserrat, na província de Barcelona, passou a admitir mulheres e meninas em seu coral. A decisão, anunciada na terça-feira, 14, traz uma mudança radical para o local, lar do famoso coro de meninos de Escolania, composto por rapazes que ainda não entraram na puberdade e, por isso, alcançam notas mais agudas.
Um novo coro, separado do Escolania, contará com a participação de 25 meninos e meninas, na faixa etária de 17 a 24 anos. O coro masculino, em comparação, reúne 45 meninos de 9 a 14 anos.
O padre Efrem de Montellà relatou que, apesar da filosofia por trás dos corais ser a mesma, as decisões finais serão tomadas por Pau Jorquera, diretor da Escolania. O novo coral não entraria como forma de competição, mas, sim, como um complemento ao trabalho musical desempenhado no local.
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Além disso, Montellà caracterizou a permissão dada ao coro como um “passo histórico” na inclusão de mulheres.
“É uma questão complexa e difícil. Seguimos uma tradição que gostaríamos de manter, mas também percebemos que temos que responder à demanda”, disse.
Depois de uma longa deliberação, a decisão foi tomada pela ordem beneditina que é responsável pelo local, comandado pelo abade Manel Gasch. Os coristas integram, em maioria, o internato, onde estudam o currículo escolar padrão. Aulas de canto, piano e teoria musical também são oferecidas pela instituição do século XIII.
O mosteiro espanhol é um local de peregrinação, no qual católicos devotos visitam para beijar a “Madona negra”, uma representação da Virgem de Montserrat do século XII.