O presidente do Peru, Pedro Castillo, foi detido nesta quarta-feira, 7, após ordenar a dissolução do Congresso e, em seguida, sofrer um impeachment. A medida de congelar o legislativo é prerrogativa do chefe do Executivo, mas foi vista pela oposição e pela imprensa peruana como uma tentativa de golpe de Estado.
O jornal La Republica afirmou que Castillo deixou o Palácio de Governo, em Lima, e depois de ser detido pelos agentes de sua própria escolta, foi conduzido por policiais até uma delegacia na capital peruana.
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De acordo com o jornal El Comercio, o presidente, a primeira-dama, Lilia Paredes, e outros membros da família foram vistos reunindo pertences e malas antes da detenção, indicando que ele pretendia deixar a capital.
O Congresso do Peru ignorou a ordem de Castillo para dissolver o Parlamento e aprovou a moção de vacância do político populista, equivalente a impeachment, alegando incapacidade moral permanente. Este é a terceira moção do tipo movida contra o presidente, que vive uma crise com o Parlamento desde que assumiu o governo.
De acordo com a sucessão constitucional, a vice-presidente Dina Boluarte deve assumir a chefia do Estado peruano.
No momento em que o impeachment contra Castillo estava sendo votado, Boluarte se manifestou por meio de suas redes sociais em repúdio ao que qualificou como um “golpe de estado”.
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“Rejeito a decisão de Pedro Castillo de quebrar a ordem constitucional com o fechamento do Congresso. É um golpe de Estado que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com estrito cumprimento da lei”, escreveu.
Após a votação, o Congresso convocou nova sessão ainda para esta quarta-feira para empossar a vice-presidente.