Com 99,1% dos votos apurados, os partidos pró-independência da Catalunha garantiram a maioria absoluta do Parlamento regional nas eleições realizadas nesta quinta-feira.
De acordo com os resultados oficiais provisórios, a soma dos três partidos que defendem a independência: Junts per Cataluya, liderado pelo ex-presidente Carles Puigdemont; Esquerda Republicana (ERC), do ex-vice-presidente Oriol Junqueras; e a Candidatura de Unidade Popular (CUP), totaliza 70 cadeiras, duas acima da maioria absoluta.
Apesar disso, o partido mais votado foi o Ciudadanos, contrário à independência da Catalunha, com 37 cadeiras.
Já o PP, partido do primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy, registrou seu pior desempenho da história na região. Conquistou apenas 4,2% dos votos, o que garante três assentos no Parlamento.
Ainda não está claro quem governará o Parlamento, já que os partidos separatistas concorreram de forma separada no pleito. Caso decidam formar uma coalizão, voltarão a controlar a casa com maioria absoluta, da mesma forma que antes da destituição do governo regional.
A administração espanhola deve se reunir ainda nesta sexta para discutir os resultados e os próximos passos a serem dados.
Após a contagem dos votos, o ex-líder regional Carles Puigdemont declarou a derrota do Estado espanhol. Falando de Bruxelas, onde está exilado desde o final de outubro, afirmou que a vitória da “república catalã é um resultado que ninguém pode contestar”.
“Rajoy e seus aliados perderam”, afirmou em um discurso televisionado, em referência ao primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy. Foi um “tapa na cara” do premiê, completou Puigdemont.
A líder do Ciudadanos, contudo, declarou sua própria vitória. “Nós enviamos uma mensagem para o mundo de que a maioria na Catalunha é favorável à união com a Espanha. Pela primeira vez, um partido constitucionalista ganhou uma eleição catalã.”
A eleição
O governo central esperava que a eleição reestabelecesse a estabilidade na região, depois que uma proclamação de secessão em 27 de outubro mergulhou a Espanha na pior crise política de sua democracia moderna. Após a declaração de independência catalã, o governo central suspendeu a autonomia e destituiu o executivo regional, convocando uma nova eleição.
O ex-presidente Puigdemont, seu vice, Oriol Junqueras, assim como vários outros líderes separatistas foram acusados de rebelião, sedição e malversação pelo governo central espanhol. Junqueras e outros ex-membros do antigo Parlamento estão presos em Barcelona desde então. Ainda assim, participaram ativamente da campanha para as eleições desta quinta.
(Com EFE)