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Partido Democrata vence eleições na Geórgia e garante controle do Senado

Pastor Raphael Warnock se tornou primeiro senador negro eleito pelo estado

Por Da Redação Atualizado em 6 jan 2021, 19h12 - Publicado em 6 jan 2021, 18h42
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  • Com um par de votos históricos, o Partido Democrata dominou o segundo turno das eleições para o Senado na Geórgia e garantiu nesta quarta-feira, 6, maioria em ambas as casas do Congresso para o presidente eleito Joe Biden. A vitória representa uma importante virada para o experiente democrata, que será capaz de levar adiante seus projetos e indicações sem a obstrução sistemática dos republicanos.

    Raphael Warnock, pastor de uma igreja de Atlanta em que pregava Martin Luther King, derrotou a senadora republicana Kelly Loeffler no segundo turno das eleições estaduais, se tornando o primeiro senador negro eleito pelo estado do sul do país.

    Já Jon Ossoff, novato na política e dono de uma produtora audiovisual, superou David Perdue, que recentemente encerrou seu primeiro mandato completo como senador. Por grande coincidência, com 33 anos, o democrata será a pessoa mais jovem a ocupar um assento no Senado desde 1973, quando Biden se elegeu pela primeira vez, aos 29 anos.

    De acordo com a Edison Research, Ossoff tinha 50,3% dos votos, enquanto Perdue tinha 49,7%, com mais de 98% dos votos apurados, acima da margem necessária para evitar uma possível recontagem.

    “Esta noite, mostramos que com esperança, trabalho árduo e pessoas ao nosso lado, tudo é possível”, disse Warnock a seus apoiadores, em um discurso virtual. Sua adversária ainda não admitiu a derrota.

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    O resultado é mais um duro golpe ao Partido Republicano. Em seu único mandato na Casa Branca, o presidente Donald Trump não conseguiu segurar a Presidência e o Senado, além de não conseguir tirar a Câmara dos Representantes das mãos do partido adversário.

    Segundo analistas, a estratégia de Trump, que não reconhece a derrota e que iniciou uma luta com alegações de teorias da conspiração sobre uma suposta fraude, foi contraproducente para seu partido nas eleições de terça-feira. O estado atravessa por mudanças demográficas significativas, com presença maior de moradores negros latinos e asiáticos em subúrbios historicamente brancos. Muitos moradores de estados democratas, como Nova York e Califórnia, também seguiram para a Geórgia em busca de custo de vida menor.

    Uma pesquisa feita pela Associated Press na terça-feira indica que a população negra compôs 32% do eleitorado que foi às urnas no segundo turno. Em mais de 93% dos casos, votaram em candidatos democratas.

    Mudanças no poder

    Agora, o Câmara Alta fica com 50 cadeiras para cada partido, motivo pelo qual a futura vice-presidente, Kamala Harris, tem o voto decisivo, fazendo com que a balança se incline para o seu lado nessa Câmara.

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    Isso não significa, no entanto, que Biden terá rédea solta. No Senado, o controle dos democratas não poderia ser mais apertado e o partido tem sua menor maioria em quase um século na Câmara dos Representantes. 

    Os democratas, que já tinham maioria na Câmara de Representantes, acreditam que a vitória na Geórgia foi estimulada pelo triunfo apertado de Biden no estado nas eleições presidenciais de 3 de novembro, o primeiro do partido no estado desde 1992. 

    Segundo o portal FiveThirtyEight, que compila pesquisas de intenção de voto no país, os candidatos democratas tinham uma pequena vantagem na véspera da eleição. O volume antecipado de votos também indica um alto comparecimento, que tende a ajudar o Partido Democrata, enquanto o Partido Republicano confia nos votos depositados nesta terça-feira para reverter a aparente desvantagem.

    Mais de três milhões dos sete milhões de eleitores registrados votaram de maneira antecipada, um recorde para eleições parciais do Senado na Geórgia. A importância das eleições no estado do sul do país também é refletida nos gastos de campanha: 832 milhões de dólares, segundo o Center for Responsive Politics, um organismo independente que analisa os valores investidos pelos partidos políticos.

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