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Partido de Netanyahu tentou infiltrar 1.200 câmeras em seções eleitorais

Premiê defendeu gravação de votação em prol de eleições limpas; câmeras foram escondidas em bairros árabes

Por Da Redação
9 abr 2019, 10h37
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  • O Comitê Central de Eleições de Israel anunciou nesta terça-feira, 9, que vai apresentar uma queixa contra o partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyhu, o Likud, por enviar observadores com câmeras escondidas para seções eleitorais durante a votação de hoje.

    Segundo o jornal local Haaretz, membros da legenda teriam tentado infiltrar ao menos 1.200 câmeras em zonas eleitorais de bairros árabes do país. Os dispositivos eletrônicos foram apreendidos pela polícia antes de serem usados, segundo a juíza Hanan Melcer, vice-presidente do comitê.

    De acordo com a magistrada, filmar o processo de votação é proibido. Após o fim do período de votos, contudo, câmeras podem ser ativadas para documentar o processo de contagem, mas somente com autorização prévia da Justiça.

    O Likud confirmou seu plano de infiltrar câmaras nas seções eleitorais, afirmando que tinha como objetivo combater fraudes.

    Benjamin Netanyahu também reagiu ao ocorrido e defendeu que todo o processo de votação seja filmado. “Devia haver câmaras em todos os lugares e não deveriam ser escondidas”, disse o premiê, explicando que essa é a única forma de garantir “uma eleição limpa”.

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    O partido de maioria árabe Hadash-Ta’al apresentou uma queixa ao comitê eleitoral. “A extrema-direita percebeu a nossa força e capacidade de derrubar o Governo e está ulktrapassando todas as linhas vermelhas, usando meios ilegais para interferir e proibir os cidadãos árabes de votar”, afirmou a legenda em comunicado.

    Segundo o jornal The Jerusalem Post, um jovem foi preso ao tentar esconder uma câmera em uma das seções em Rahat, no sul do país. Ao menos outras quatro pessoas também foram detidas na cidade depois de uma operação de inspeção da polícia.

    Uma jornalista israelense compartilhou vídeos do momento em que as câmeras escondidas foram apreendidas pelas autoridades.

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    Falta de cédulas

    O Likud denunciou e o partido ultranacionalista de direita Yisrael Beitenu denunciaram falhas no processo eleitoral ao Comitê Central nesta terça. Segundo as legendas, em algumas seções faltaram cédulas.

    Em Israel, a votação é feita no papel. Os eleitores devem escolher entre as muitas cédulas disponíveis já gravadas com os nomes dos partidos. A ficha elegida é colocada em um envelope e depositada na urna.

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    Segundo o Likud e o Yisrael Beitenu, em alguns centros não haviam cédulas suficientes com os nomes de seus partidos para os eleitores.

    “Espero que os outros partidos políticos mantenham os padrões democráticos adequados”, disse Yoav Galant, parlamentar e representante do Likud. “Apresentaremos uma reclamação formal ao Comitê Central de Eleições”.

    “Ativistas do Yisrael Beytenu descobriram esta manhã que algumas cédulas de voto tinham desaparecido das seções eleitorais em Ashdod, Safed, Netanya, Bat Yam, Lod, Netivot, Hadera e Or Akiva”, disse o partido, afirmando que depois de uma reclamação mais fichas foram enviadas aos centros.

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