Antecipando-se à possível eleição do conservador Boris Johnson como primeiro-ministro britânico, o Parlamento do Reino Unido aprovou nesta quinta-feira, 18, medida para tornar mais difícil a retirada do país da União Europeia (Brexit). A emenda, sustentada pelos votos de 315 deputados, impede que o futuro governante prorrogue ou suspenda o Parlamento como meio de forçar o início do Brexit.
A escolha entre Johnson e o atual ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, para suceder Theresa May se dará no próximo dia 22. Johnson foi um dos ícones da campanha em favor do Brexit, no referendo de 2016, e insiste na saída do Reino Unido do bloco europeu mesmo sem acordo com Bruxelas. Hunt mantém posições mais moderadas.
A agência britânica de Orçamento (ORB) adverte que o Reino Unido cairá em recessão plena se sua retirada da União Europeia se der sem acordo e acumulará um rombo de 30 bilhões de libras esterlinas nas contas públicas. O Brexit tem data marcada para acontecer em 31 de outubro, e os líderes europeus já se manifestaram contrariamente a uma nova prorrogação e à alteração no acordo fechado neste ano com May – o mesmo rejeitado três vezes pelo Parlamento.
A emenda aprovada nesta quinta-feira recebeu 274 votos contrários. Dos 315 votos a favor estava a ministra de Cultura, Margot James, que pediu demissão do cargo para poder votar. Mas quatro ministros contrariaram a orientação de May e não compareceram para votar.
“A primeira-ministra está obviamente desapontada com o número de ministros que se ausentaram da votação desta tarde. Não tenho dúvidas de que seu sucessor levará isso em conta quando formar seu governo”, afirmou a porta-voz de Downing Street 10.
(Com Reuters)