Parlamentares do Canadá rejeitaram nesta quarta-feira, 26, uma proposta do partido separatista de Quebec que pedia que o governo federal cortasse laços com a monarquia britânica. A moção do bloco foi derrotada com 44 votos a favor e 266 contra na Câmara dos Comuns.
O líder do partido Québécois, Yves-François Blanchet, apresentou a medida na terça-feira, e disse que a fidelidade a um soberano estrangeiro não é apenas ultrapassada, mas também cara.
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O Reino Unido colonizou o Canadá a partir do final dos anos 1500, e o país permaneceu parte do império até 1982. Agora faz parte da Commonwealth: países do antigo império que tem o monarca britânico, agora o rei Charles III, como chefe de Estado.
Para além do Canadá, a ascensão de Charles ao trono também provocou novos apelos de políticos e ativistas nas ex-colônias no Caribe para remover o monarca como seu chefe de Estado e para que a Inglaterra pague reparações por escravidão.
No início deste ano, alguns líderes da Commonwealth expressaram desconforto em uma cúpula em Kigali, na Ruanda, sobre a troca de bastão da liderança do clube de 56 países de Elizabeth para Charles. Além disso, uma turnê por Belize, Jamaica e Bahamas em março, o agora herdeiro do trono, o príncipe William e sua esposa, Kate, foi marcada por pedidos de reparações e um pedido de desculpas pela escravidão.
“À medida que o papel da monarquia muda, esperamos que esta seja uma oportunidade para avançar nas discussões sobre reparações para nossa região”, disse Niambi Hall-Campbell, acadêmico de 44 anos que preside o Comitê Nacional de Reparações das Bahamas, em setembro.
A Jamaica sinalizou que, em breve, poderá seguir Barbados ao abandonar o governo real, enquanto permanecem membros da Commonwealth. Uma pesquisa de agosto mostrou que 56% dos jamaicanos são a favor da remoção do monarca britânico como chefe de Estado.