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Papua-Nova Guiné: greve de policiais por redução salarial deixa 12 mortos

Primeiro-ministro James Marape enfrenta pressão para renunciar após erro generalizado na folha de pagamento e crise de segurança pública

Por Da Redação
11 jan 2024, 11h10

Uma confusão tomou conta das ruas de Port Moresby, na Papua-Nova Guiné, nesta quarta-feira, 10, após policiais abandonarem os postos como forma de protesto pelos cortes em seus salários. Lojas foram saqueadas, incêndios criminosos devastaram edifícios e dezenas de pessoas ficaram feridas. Como consequência, o primeiro-ministro da pequena nação do Pacífico, James Marape, enfrenta pressão para renunciar, devido à falha em controlar a recém-instaurada crise interna.

Marape apresentou um pedido público de desculpas e alegou que uma falha no computador afetou “todos os funcionários públicos da folha de pagamento do governo”, de forma a reduzir os salários dos policiais. A diferença será compensada no próximo ciclo salarial, informou o premiê.

Lar de 10 milhões de pessoas, a Papua-Nova Guiné registra os maiores índices de criminalidade de todo o mundo. A falta de policiamento nesta quarta-feira foi receita para desastre: além do prejuízo para o comércio local, já que dezenas de pessoas foram vistas roubando caixas e caixas de mercadorias, ao menos oito pessoas foram mortas em Port Moresby, e outras quatro morreram em Lae, capital da província de Morobe. O número, no entanto, ainda não é oficial e pode aumentar nos próximos dias.

Em maus lençóis

Em discurso à nação nesta quinta-feira, Marape alertou que a situação “ainda estava tensa” nas ruas da capital, embora tenha “acalmado nas últimas 12 horas”. Ele adiantou também que a “má disciplina” dos agentes de segurança não seria tolerada, e prometeu que cada um dos líderes das “operações policiais, de defesa e financeira seriam “colocados sob os holofotes”.

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“Tudo isto será analisado na sua totalidade enquanto tentamos restaurar a sanidade, a normalidade e a ordem na nossa cidade e no nosso país”, disse.

Além dos prejuízos internos, a escalada de violência deixou Papua-Nova Guiné em maus lençóis na diplomacia. A China demandou que os seus 20 mil cidadãos que moram no país tenham a sua segurança garantida e cobrou que os criminosos sejam punidos por danificarem empresas chinesas.

Com bom histórico, as relações Port Moresby-Pequim têm sido alvo de desgastes, provocados por Washington. Em maio, os governos papuásio e americano assinaram um pacto de cooperação em defesa, parte do plano dos EUA em conter o avanço chinês na região.

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Em comunicado, a embaixada dos Estados Unidos também demonstrou preocupações com a instabilidade, uma vez que “as tensões continuam elevadas”. Por sua vez, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, informou que não tinha conhecimento de australianos que tenham sido vítimas da violência e informou que não recebeu pedidos de ajuda da nação vizinha – os países são separados pelo Mar de Arafura.

Crise política

Segundo a rádio local RNZ, pelo menos seis parlamentares renunciariam. Entre eles, James Nomane, ex-deputado de Chuave nas Terras Altas Orientais, reforçou o coro para a demissão de Marape, que seria fruto de “uma onde de inimizade” dos servidores públicos “que emana da total má gestão econômica”. Nomane também ocupou o cargo de vice-ministro do Planejamento Nacional.

“O primeiro-ministro, o tesoureiro, o ministro da polícia são 100% culpados. As coisas só vão piorar se não acabarmos com esta podridão”, acrescentou.

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