A Embraer assinou nesta quarta-feira, 29, três acordos de cooperação com o governo e empresas da Arábia Saudita nas áreas de aviação civil, mobilidade aérea urbana e defesa e segurança. O estreitamento de relações ocorre durante uma viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Riade, capital saudita, em uma turnê que também vai abranger Catar, Emirados Árabes Unidos e Alemanha.
De acordo com o governo federal, os acordos vão permitir que a Embraer estabeleça “diversas” linhas de colaboração e iniciativas conjuntas, tanto públicas quanto privadas, com as empresas sauditas. Isso deve expandir oportunidades de investimento e parcerias com a indústria local, além de incrementar exportações brasileiras, afirmou o Planalto em comunicado.
Quais são os acordos?
Na viagem, a Embraer firmou três memorandos de entendimento com empresas sauditas. Ou seja, contratos preliminares que funcionam como um pré-acordo, cujo objetivo é alinhar expectativas, direitos e deveres das partes envolvidas. Entre eles estão:
- Memorando de entendimento de Cooperação e Parcerias com o governo da Arábia Saudita;
- Memorando de entendimento com a SAMI, uma empresa saudita de Defesa;
- Memorando de entendimento da EVE, o “carro voador”, com a FlyNas, sobre operações de taxis aéreos no país.
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O que os acordos preveem?
A parceria com a SAMI vai gerar cooperação na área de Defesa e Segurança. De acordo com a Embraer, as empresas têm como alvo o estabelecimento de um Centro Regional de MRO (manutenção, reparo e revisão) e de uma linha de montagem final para o Embraer C-390, bem como a integração do sistema de missão no reino saudita.
Já o acordo com FlyNas envolve a subsidiária da empresa brasileira que está construindo um “carro voador” e visa explorar o futuro dos veículos no território saudita. Especialistas estão estudando a possibilidade de iniciar viagens de táxis aéreos em Riad e Jeddah em 2026, com análise de construção de um ecossistema local de voos elétricos.
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Lula no Oriente Médio
Lula desembarcou na terça-feira 28 na Arábia Saudita, onde realizou uma reunião com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, bem como empresários brasileiros e sauditas. O objetivo da viagem, segundo o presidente, seria apresentar o Novo PAC para ampliar investimentos em infraestrutura no Brasil.
A aproximação com os países árabes é vista como essencial por Brasília e a expectativa é de que os sauditas realizem um incremento de US$ 10 bilhões (R$ 49 bilhões) nos investimentos no Brasil nos próximos anos. Em 2022, o comércio bilateral com os árabes foi de US$ 32 bilhões (R$ 157 bilhões) e, deste total, US$ 8 bilhões (quase R$ 40 bilhões) foram com a Arábia Saudita.
Após os compromissos em Riade, Lula segue para Doha, no Catar, onde deve tentar aprofundar relações bilaterais e tratar sobre a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
Em seguida, a comitiva brasileira vai para Dubai, onde comparecerá à 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 28). Parte da delegação brasileira ficará até o final do evento, no dia 12 de dezembro, mas Lula parte dos Emirados Árabes no próximo sábado, 2, com destino à Alemanha, para reuniões com o presidente Frank-Walter Steinmeier e com o primeiro-ministro Olaf Scholz.