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Organizações pressionam EUA a suspenderem apoio a aliados no Iêmen

País enfrenta 'epidemia' de fome, com 14 milhões em risco de morte; 590.000 crianças podem morrer de desnutrição até o final do ano

Por Da Redação
26 nov 2018, 18h15
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  • A menina iemenita Amal Hussain, de 7 anos: vítima de um conflito que se arrasta há 3 anos e meio - 08/11/2018 (Tyler Hicks/The New York Times/Fotoarena)

    Cinco organizações de ajuda internacional apelaram ao governo dos Estados Unidos para que suspenda seu apoio militar à coalizão comandada pela Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos que atuam na guerra civil do Iêmen. As entidades insistem que essa medida salvará milhões de vida e que, se não for adotada, Washington será responsabilizado pela maior “epidemia” de fome.

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    “Os números no Iêmen são chocantes e têm de ser expostos claramente: 14 milhões de pessoas estão em risco de morrerem de fome no Iêmen se as partes do conflito e os seus apoiadores não mudam de curso imediatamente”, afirmaram as cinco organizações, em um comunicado conjunto. A fome não pode ser usada como arma de guerra contra civis do Iêmen.”

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    O texto foi assinado pelo Comitê de Resgate Internacional, Oxfam America, Care US, Save de Children e o Conselho Norueguês para os Refugiados, segundo das redes de televisão CNN e Al Jazeera. Nos três anos e meio de conflitos entre os rebeldes houtis, apoiados pelo Irã, e as forças do governo, escudadas pela coalizão saudita, destruíram a economia do real país e causaram aumento da inflação e desvalorização da moeda local.

    Cerca de 10.000 pessoas foram mortas, entre as quais os 51 passageiros – 40 deles crianças – de um ônibus escolar em Dahyan, na província Saada, bombardeado pelas forças sauditas. O conflito persistente está levando o país à pior fome do mundo nos últimos 100 anos, com metade da população em risco de morrer de desnutrição.

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    Os bombardeios recorrentes à região do porto de Hodeidah, principal porta de ingresso de bens importados e da ajuda humanitária internacional, têm atingido civis que buscam, nessa área, os alimentos, medicamentos e assistência que não encontram em seus locais de residência.

    Na última quarta-feira (21), a Save de Children anunciou sua estimativa de que 85.000 crianças morreram de fome e doenças relacionadas desde o início da guerra. Até final do ano, esse número poderá subir para 590.000. No mesmo dia, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, afirmou que as negociações de paz entre os houthis e o governo deverão começar em dezembro, com participação “plena” da Arábia Saudita e dos Emirados.

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    O Reino Unido elaborou um rascunho de resolução sobre a suspensão das hostilidades no Iêmen por duas semanas para ser apresentado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, segundo a CNN. A trégua teria o objetivo de permitir o ingresso da ajuda humanitária no país. A expectativa é que o texto seja votado em breve.

    “Se os governos do Iêmen, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, os houthis e as outras partes do conflito fracassarem, e se os Estados Unidos não usarem todos os meios de pressão para compeli-los a um acordo, a responsabilidade pelas mortes de muito mais civis do Iêmen não recairá somente sobre as partes do conflito, mas também sobre os Estados Unidos”, diz o comunicado.

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    Para as cinco organizações, todos esses atores estão implicados no conflito, por meio de transferências de armas, e na crise humanitária, que é “totalmente feita pelo homem”. Ao prover apoio extensivo militar e diplomático, os Estados Unidos estão aprofundando e prolongando uma crise que traz consequências imediatas e severas para o Iêmen, “com os civis pagando o preço”, diz o documento.

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    A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos ingressaram no conflito entre os houthis e o governo do Iêmen, com ajuda americana, em 2015. O objetivo da coalizão é reinstalar o governo de Abd-Rabbu Mansour Hadi. Dados coletados pela Al Jazeera e pelo Projeto de Estatísticas do Iêmen constataram terem ocorrido 18.000 ataques aéreos no país, com pelo menos um terço dos bombardeios em áreas não militares – cerimônias de casamento e de funerais, escolas e hospitais, usinas de eletricidade e de água foram atacados. 

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