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Opositor tira prefeitura de Istambul do partido de Erdogan

Os habitantes da maior cidade turca voltaram às urnas neste domingo para eleger seu prefeito, após o cancelamento das eleições de março

Por Da Redação Atualizado em 24 jun 2019, 04h08 - Publicado em 24 jun 2019, 02h22

A oposição ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, conquistou neste domingo a prefeitura da estratégica cidade de Istambul, capital econômica do país e governada pelo partido no poder há 25 anos, eleições que tiveram que se repetir depois que, há três meses, os opositores também venceram.

Os resultados divulgados pela agência estatal Anadolu após a apuração de 99% dos votos davam a vitória ao opositor Ekrem Imamoglu com 54% dos votos, contra 45% para o governista Binali Yildirim, que reconheceu sua derrota.

“De acordo com os resultados, meu adversário Ekrem Imamoglu vai adiante. Eu o felicito e desejo boa sorte”, disse Yildirim.

“Esta vitória marca um novo começo para a Turquia”, comemorou Imamoglu, 49 anos. “Não foi um único grupo ou partido, mas toda a Istambul e a Turquia que venceram estas eleições”, acrescentou.

O presidente turco felicitou no Twitter o candidato opositor e disse que aceita o resultado, após conseguir a anulação do primeiro pleito, realizado no fim de março.

Os habitantes de Istambul voltaram às urnas neste domingo para eleger seu prefeito, após o cancelamento das eleições de março, vencidas pelo adversário de Erdogan.

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Nas eleições municipais de 31 de março, Imamoglu, uma figura emergente da oposição, por uma ligeira vantagem em relação ao candidato de Erdogan, o ex-primeiro-ministro Binali Yildirim.

O resultado foi anulado depois que o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), a formação conservadora islâmica do presidente, apresentou recursos para “irregularidades em massa”.

A oposição, que rejeita estas acusações, denunciou um “golpe contra as urnas” e considera as novas eleições uma “batalha pela democracia”.

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Mais do que uma eleição municipal, as eleições em Istambul serão um teste sobre a popularidade de Erdogan e do AKP, em um momento de sérias dificuldades econômicas. “Quem vencerem Istambul vence na Turquia”, disse o presidente.

Para Erdogan estava em jogo conservar uma cidade com mais de 15 milhões de habitantes, capital econômica e cultural do país, controlada por seu partido há 25 anos.

A oposição procurava infligir a primeira grande derrota de Erdogan desde 2003.

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Independente do resultado, Erdogan não sairia ileso: se perdesse, seria uma nova derrota humilhante; e se vencesse, teria sido uma vitória marcada pelo cancelamento das eleições anteriores.

Nas eleições de março, o AKP também perdeu Ancara, a capital política, após 25 anos de hegemonia dos islâmicos conservadores devido à situação econômica complicada, com uma inflação de 20%, o despencar da lira turca e alta taxa de desemprego.

Erdogan, que no início da campanha mostrou-se discreto para evitar inflamar seus oponentes, voltou ao ringue nos últimos dias, multiplicando os ataques contra Imamoglu.

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O presidente passou a se esforçar para minimizar o impacto da votação de março, e chegou a afirmar que essas eleições eram “simbólicas”, além de prometer que aceitaria o resultado final.

Diante dessa retórica polarizadora, Imamoglu mais uma vez apostou em um discurso unificador, repetindo como um mantra seu slogan: “Tudo vai ficar bem”.

A oposição, no entanto, temia que houvesse fraude e mobilizou um exército de advogados para vigiar as urnas.

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Apenas 13.000 votos – entre mais de oito milhões de eleitores – separaram Imamoglu e Yildirim em março, então o AKP convocou todos os eleitores conservadores, alguns dos quais se abstiveram ou votaram em um rival islâmico em março, e também os curdos.

Estes, considerados decisivos, são o tema de uma batalha feroz.

O AKP abrandou sua retórica sobre a questão curda nas últimas semanas e Yildrim chegou a evocar o Curdistão, um verdadeiro tabu para seu partido.

(Com AFP)

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