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Oposição venezuelana pede ação de Brasil e Argentina contra cerco a embaixada

Críticos do regime de Maduro denunciam intimidação aos asilados políticos no edifício diplomático argentino, sob custódia brasileira desde agosto

Por Da Redação Atualizado em 28 nov 2024, 18h22 - Publicado em 28 nov 2024, 14h37
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  • A oposição venezuelana cobrou, nesta quarta-feira, 27, respostas de Brasil e Argentina, depois de um novo episódio de cerco e intimidação a seis dissidentes políticos abrigados na embaixada argentina em Caracas. A sede diplomática, que está sob os cuidados do Brasil desde que o regime de Nicolás Maduro rompeu relações com Buenos Aires e expulsou de lá o corpo de funcionários, voltou a ser alvo das forças nacionais, denunciaram opositores.

    “Urgente! Precisamos de mais atenção e pressão de Brasil e Argentina! O silêncio diante desse assédio é inaceitável!”, publicou no X (antigo Twitter) a Plataforma da Unidade Democrática (PUD), principal coalizão opositora venezuelana, à qual pertencem María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, que venceu o pleito presidencial de julho contra Maduro, segundo seus apoiadores, e foi reconhecido eleito por parte da comunidade internacional.

    Em setembro, forças militares de Maduro já haviam bloqueado o entorno do edifício por 48 horas, gerando protestos e um clima de tensão diplomática entre Brasil e Venezuela. Embora a retirada das tropas tenha sinalizado uma redução imediata das hostilidades, as ações de repressão do regime não cessaram.

    Cerco e intimidação

    Desde o último sábado, 23, policiais venezuelanos têm se posicionado nos arredores da residência da embaixada da Argentina, onde seis colaboradores da líder oposicionista María Corina, incluindo sua chefe de campanha, Magalli Meda, estão refugiados desde março. A situação se agravou com medidas que afetam diretamente o fornecimento de recursos essenciais, como água potável.

    A denúncia foi rapidamente compartilhada em redes sociais, com membros da oposição, como Miguel Urruchurtu, ex-diplomata e defensor dos direitos humanos, alertando sobre o caráter de vingança e repressão de tais medidas: “Agora, é o fornecimento de água que se torna alvo de perseguição. Isso é mais uma tentativa de sufocar nossos direitos e nos silenciar”, escreveu.

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    De acordo com relatos, a companhia de água de Caracas, Hidrocapital, esteve presente na residência da embaixada para cortar o serviço de água encanada. A alegação era de que aguardavam uma “autorização” para interromper o fornecimento, em mais uma ação de constrangimento que visa agravar as condições de vida dos dissidentes.

    Em comunicado divulgado na noite de terça-feira, opositores exilados na Argentina reforçaram que a situação exige respostas enérgicas. “O que está em jogo não é apenas nossa segurança, mas o respeito aos princípios fundamentais de proteção internacional que regem as relações entre os Estados.”

    O regime venezuelano negou qualquer tentativa de assédio. “Que paguem a luz, que paguem os serviços, nós não vamos dar nada de graça”, disse o ministro do Interior, Diosdado Cabello, em entrevista coletiva.

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    Brasil e Argentina sob pressão

    O governo argentino, liderado por Javier Milei, ainda não se pronunciou oficialmente sobre os últimos desenvolvimentos. A falta de uma declaração tem gerado críticas, uma vez que Buenos Aires tenta equilibrar sua postura dura em relação ao regime de Maduro e a proteção dos refugiados políticos.

    Já no Brasil, a oposição venezuelana tem demonstrado crescente frustração com a postura adotada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se recusou a reconhecer Maduro como vencedor da disputa presidencial, mas não considerou González eleito. A diplomacia brasileira se comprometeu a garantir a segurança da embaixada argentina desde a ruptura diplomática entre Caracas e Venezuela, mas setores da oposição venezuelana ainda acusam o Palácio do Planalto de ser “passivo” diante das crescentes violações de direitos humanos e do assédio do regime de Maduro.

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