A oposição na Venezuela instalou neste domingo 17 vários acampamentos pelo país, nos quais milhares de pessoas já se registraram para receber a ajuda humanitária que está armazenada na cidade colombiana de Cúcuta e que tem previsão de chegada para o próximo sábado.
O deputado de oposição Winston Flores conversou com a imprensa em um desses acampamentos, no bairro de Macarao, em Caracas. Segundo o parlamentar, o domingo foi dedicado à “classificação e triagem” de doenças entre a população mais vulnerável, principalmente crianças e idosos.
“É um trabalho essencial para que tenhamos essa ideia do que será a avalanche em 23 de fevereiro, quando ocorrerá a entrada dessa ajuda humanitária, em massa, que os venezuelanos tanto necessitam”, comentou ao portal “VPI”.
Flores disse que já foi possível distribuir “alguns remédios” para hipertensão e diabetes, desde que os pacientes contassem com a receita médica.
Os primeiros dados coletados neste acampamento de Caracas mostram que doenças de pele, diabetes, hipertensão, Parkinson, osteoporose e desnutrição – em crianças – são os casos mais comuns entre a população desfavorecida na capital venezuelana.
Segundo Flores, os acampamentos humanitários contam com centenas de médicos, psicólogos, nutricionistas voluntários, além dos partidos políticos de oposição.
Além disso, uma rede com aproximadamente 600 mil voluntários trabalhará na entrada das doações. No entanto, o deputado afirmou que este esforço ficou “curto” pela dimensão das necessidades e pediu para que os militares permitam a entrada da ajuda diante das recusas do governo do presidente Nicolás Maduro a aceitá-la.
O próprio Maduro disse na semana passada que os alimentos doados pelos Estados Unidos são um “presente podre” que têm o “veneno da humilhação”, enquanto a sua vice-presidente, Delcy Rodríguez, afirmou, sem mostrar provas, que são “cancerígenos”.
Flores respondeu neste domingo que “a única comida contaminada que veio à Venezuela” é a distribuída pelo governo no programa de assistência conhecido como Clap, e que segundo o Parlamento (controlado pelo antichavismo) provocou milionárias perdas patrimoniais por sobrecustos e corrupção.