Operação árdua: polícia de Israel identificou 742 civis mortos pelo Hamas
Parte dos corpos foram queimados ou desmembrados, dificultando processo de reconhecimento; Ao menos 1.400 morreram nos ataques terroristas há 13 dias
A polícia de Israel afirmou nesta quinta-feira, 19, que 742 corpos de civis, mortos no ataque do Hamas em 7 de outubro, foram identificados. Entre eles, 645 foram transferidos para que famílias iniciem os sepultamentos.
A corporação informou que, desde o início da guerra, funcionários e voluntários trabalham por “24 horas”, todos os dias da semana, na árdua tarefa de identificar o vasto mar de vítimas. Acredita-se que ao menos 1.400 israelenses foram mortos pelos militantes do grupo terrorista palestino.
O comunicado acrescentou que parte dos corpos foram queimados ou desmembrados, dificultando o processo de reconhecimento. Além da contagem divulgada, mais 306 soldados, oficiais e reservistas foram identificados. As equipes são compostas por médicos, dentistas e peritos forenses e estão estabelecidas na base militar de Shura, próxima à cidade central de Ramla, e em outros quatro polos.
Segundo o jornal israelense The Times of Israel, centenas de mortos ainda aguardam identificação em contêineres ao lado das tendas onde os funcionários e voluntários atuam. O intenso cheiro, já que alguns dos corpos estão há dias no local, obriga o uso de máscaras quando as portas dos galpões estão abertas.
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“Abro a porta dos recipientes de resfriamento, vejo os corpos, sinto o cheiro, deixo encher meus pulmões e meu coração. O que sinto é a dor e a perda”, disse o rabino e ex-chefe militar Israel Weiss, que retornou da aposentadoria para auxiliar nos trabalhos, à agência de notícias AFP. “Nunca na minha vida vi o horrores como esse.”
Crianças, bebês, mulheres e grávidas estão entre os mortos. Weiss relatou que muitas delas foram estupradas, enquanto parte dos homens foram decapitados. O Hamas, por sua vez, nega que seus combatentes cometeram qualquer forma de abuso. O grupo palestino registrou baixa de cerca de 1.500 combatentes desde o ataque inicial a Tel Aviv.
O governo israelense alega que crianças foram amarradas e queimadas, ao passo que cidadãos escondidos em abrigos antiaéreos foram mortos por granadas do Hamas.
Amostras de DNA, impressões digitais e registros dentários estão sendo usados para identificar as vítimas. A polícia informa que quase 90% dos soldados mortos em oito dias foram reconhecidos, contra apenas metade dos civis.
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“Vemos cenas horríveis”, disse a capitã e dentista Maayan, também contando sobre sinais de tortura e abuso, ao The Times of Israel. “Ouvimos os gritos e choros dos bebês que perderam os pais.”
Psicólogos e assistentes sociais somam-se às equipes de identificação ao final de cada dia. Os militares de Tel Aviv acreditam que o processo de reconhecimento pode levar semanas, até que seja calculado o número completo de vítimas e atribuir, a cada uma, seu nome.