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ONU prevê que Terra atingirá limite em 2030 e lança guia de sobrevivência

Cientistas acreditam que países não serão capazes de cumprir meta de aquecimento de apenas 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais

Por Da Redação
Atualizado em 5 abr 2023, 18h32 - Publicado em 20 mar 2023, 11h17

Um relatório das Nações Unidas publicado nesta segunda-feira, 20, afirma que a Terra deve atingir seu limite, ou “ponto de não retorno”, em 2030, antes do esperado. Segundo a organização, contudo, energia e tecnologia limpas podem ser exploradas para evitar um desastre climático, e seu novo estudo também é um “guia de sobrevivência para a humanidade”.

A pesquisa aponta que a meta que os governos haviam estabelecido no Acordo de Paris, em 2015, para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais não é factível. Especialistas apontam que o mundo já aqueceu 1,1°C e deve ultrapassar os 1,5°C na década de 2030.

O documento alerta, contudo, que cortes rápidos no uso de combustíveis fósseis podem evitar os piores efeitos da mudança climática.

Em resposta às descobertas, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, disse que todos os países devem apresentar planos para zerar a emissão de combustíveis fósseis em uma década. Essas metas precisam, segundo ele, reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa que aquecem a atmosfera do planeta.

“Há uma janela de oportunidade que se fecha rapidamente para garantir um futuro habitável e sustentável para todos”, afirma o relatório.

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O órgão responsável pelo relatório é o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que é o órgão científico que assessora a ONU sobre o aumento das temperaturas e é aceito por todos os governos envolvidos. O novo estudo visa resumir em um pequeno volume várias descobertas históricas sobre as causas, impactos e soluções para as mudanças climáticas que foram lançadas desde 2018.

Atualmente, a concentração de do gás de aquecimento CO2 na atmosfera são as mais altas em 2 milhões de anos. O mundo está agora mais quente do que nos últimos 125 mil anos. Além disso, os números indicam que ele pode esquentar ainda mais.

Mesmo não mencionando projetos como o Willow, nos EUA, ou a mina de carvão Cumbria, no Reino Unido, os cientistas envolvidos afirmam que programas como poços de petróleo e gasodutos estourariam o orçamento de carbono restante na quantidade de CO2 que ainda pode ser emitida. Por isso, os especialistas ressaltam a necessidade de se manter dentro da temperatura limite.

“Se almejamos 1,5°C e alcançamos 1,6°C, ainda é muito melhor do que dizer que é tarde demais, estamos condenados e nem estou tentando”, disse Friederike Otto, do Imperial College, que participou do relatório. “E acho que o que este relatório mostra muito, muito claramente, é que há muito a ganhar tentando.”

“Não há um dia de corte (para os combustíveis fósseis), mas está claro que a infraestrutura de combustíveis fósseis que já temos irá explodir esse orçamento de carbono”, concordou Oliver Geden, membro do Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança.

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Entretanto, o documento argumenta fortemente que ultrapassar 1,5°C não será o fim do mundo, pois isso pode ser apenas um “excesso temporário”. O otimismo dos cientistas é relacionado a possibilidade de que mudanças drásticas na política climática dos países possa impulsionar grandes quedas no preço das energias solar e eólica.

O relatório também reconhece que vai ser necessário investir em tecnologia de remoção de dióxido de carbono. Críticos afirmam que a eficácia dessas tecnologias não são comprovadas.

“Sabemos o que precisa acontecer, mas a parte de remoção de carbono e as ideias de captura e armazenamento de carbono são uma grande distração”, disse Lili Fuhr, do Centro de Direito Ambiental Internacional. “Mas acho que os defensores dessas tecnologias vão dizer que isso é um apelo maciço para investimentos na remoção de carbono.”

O secretário-geral da ONU pediu para que os países adiantem seus planos para zero emissões em uma década. Guterres solicitou para os países desenvolvidos alcançarem essa meta o mais próximo possível de 2040.

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