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ONU pede que militares sudaneses não ‘ataquem civis e infraestrutura’

Os conflitos, que duram quase duas semanas e deixaram mais de 500 mortos, retomaram intensidade após fim do cessar-fogo de 72 horas

Por Da Redação
Atualizado em 28 abr 2023, 14h31 - Publicado em 28 abr 2023, 09h08
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  • Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), pediu nesta sexta-feira, 28, que ambos os lados do conflito no Sudão “encerrem imediatamente as hostilidades” e “interrompam as hostilidades em áreas residenciais, contra a população civil e a infraestrutura”.

    Os combates eclodiram no dia 15 de abril, envolvendo as unidades do Exército leais ao general Abdel Fattah al-Burhan, chefe do Conselho Soberano do governo de transição do Sudão, e as Forças de Apoio Rápido paramilitares (FAR), lideradas pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, que é vice-chefe do Conselho.

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    Foram os primeiros confrontos do tipo desde que os dois grupos uniram forças para derrubar o autocrata islâmico Omar al-Bashir, em 2019. A violência começou por causa de um desacordo sobre a integração dos paramilitares nas Forças Armadas, como parte de uma transição para o regime civil, para acabar com a crise político-econômica provocada por um golpe militar em 2021.

    “Estamos preocupados com o sério risco de escalada de violência no oeste de Darfur, já que as hostilidades entre as FAR e as Forças Armadas do Sudão desencadearam violência intercomunitária”, disse Ravina Shamdasani.

    + Ataques aéreos ameaçam cessar-fogo de três dias no Sudão

    Segundo as Nações Unidas, em El Geneina, que fica no oeste de Darfur, confrontos étnicos foram relatados, com cerca de 96 pessoas mortas desde 24 de abril. Muitos criminosos presos foram libertados ou escaparam de várias prisões.

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    “Instamos as partes a encerrar imediatamente as hostilidades e, em particular, a interromper as hostilidades em áreas residenciais, contra a população civil e a infraestrutura. A proteção dos civis deve ser primordial. O direito humanitário internacional exige isso”, acrescentou Shamdasani.

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    Pelo menos 512 pessoas foram mortas em quase duas semanas de conflito. Um cessar-fogo de 72 horas expirou ontem à noite, encerrando a janela para que nações estrangeiras resgatassem seus diplomatas e cidadãos.

    Também nesta sexta-feira, o Ministério da Defesa da Turquia confirmou que um de seus aviões de resgate foi baleado no Sudão, mas não houve nenhum ferido.

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    + Rebeldes atacam QG do Exército sudanês, impedindo retirada de civis

    “Armas leves foram disparadas contra nosso avião de resgate C-130, que estava indo para Wadi Seidna para a missão de evacuar nossos cidadãos que estavam presos no Sudão, onde os confrontos continuam. Nosso avião pousou com segurança. Embora não haja feridos em nosso pessoal, as verificações necessárias estão sendo realizadas em nossas aeronaves”, comunicou o ministério via Twitter.

    Anteriormente, o exército sudanês alegou que o avião havia sido alvejado pelo RSF e que um membro da tripulação havia sido ferido e o avião, danificado.

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