Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

ONU Direitos Humanos faz alerta para proteção de povos indígenas no Brasil

Preocupação parte da aprovação de requerimento de urgência na Câmara para PL que estabelece marco temporal para demarcação de terras indígenas

Por Paula Freitas 29 Maio 2023, 18h07
  • Seguir materia Seguindo materia
  • PROTESTO - Indígenas reunidos à frente do STF em Brasília: reação contra o marco temporal das reservas -
    Decisão do Congresso restabelece parte do que foi aprovado pela Casa (Joédson Alves/EFE)

    O escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos na América do Sul alertou nesta segunda-feira, 29, para o perigo causado às populações indígenas no Projeto de Lei 490, em circulação na Câmara dos Deputados. A casa aprovou na última quarta-feira, 24, um requerimento de urgência para votar o PL, que busca definir um marco temporal para a demarcação de terras indígenas. A proposta garantiria o direito de reconhecimento apenas para comunidades ancestrais que apresentassem o controle do território em 5 de outubro de 1988, momento pós-Ditadura Militar brasileira (1964-1985).

    Publicidade

    De acordo com o chefe do escritório da ONU, Jan Jarab, a delimitação da autentificação para áreas controladas após o período do regime militar representaria um “retrocesso para os direitos dos povos indígenas do Brasil”. Ele defendeu, inclusive, que a aprovação da legislação seria contrária às “normas internacionais de direitos humanos”.

    Publicidade

    + DPU pede rejeição do PL do marco temporal das terras indígenas na Câmara

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    “A posse das terras existente em 1988, após o expansionismo da ditadura militar, não representa a relação tradicional forjada durante séculos pelos povos com seu entorno, ignorando arbitrariamente seus direitos territoriais e o valor ancestral das terras para seus modos de viver”, destacou.

    Em 2021, a agência da ONU entregou um parecer baseado na análise do projeto de lei a partir das suas incompatibilidades com as regras da comunidade internacional. Os especialistas mostraram preocupação, além disso, com uma medida provisória (MP 1158) também em trâmite na Câmara dos Deputados. A aprovação da MP retiraria a participação do Ministério dos Povos Indígenas, liderado por Sonia Guajajara, e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, encabeçado por Marina Silva, em questões relacionadas à demarcação de territórios.

    Publicidade

    “O Parlamento brasileiro tem uma responsabilidade fundamental na promoção e proteção dos direitos humanos. Portanto, deve avaliar qualquer medida relacionada aos povos indígenas e ao ambiente com o intuito de fortalecer as capacidades do país para proteger esses direitos, e para combater os impactos da mudança climática e do desmatamento”, acrescentou Jarab.

    Continua após a publicidade

    + Brasil parou de ‘cultuar torturadores’, diz Silvio Almeida na ONU

    Publicidade

    As autoridades do escritório apontaram, ainda, os problemas já enfrentados pelas diferentes etnias indígenas e por comunidades tradicionais. O garimpo e seus consequentes ataques, a exploração ilegal da madeira, a desnutrição de crianças e adultos, bem como a falta de avanço na demarcação dos territórios desde o governo de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, representariam uma ameaça a essas populações, de acordo com o portal da ONU.

    “Ao invés de enfraquecer o marco de proteção, o Estado brasileiro em sua totalidade deve redobrar seus esforços e tomar medidas urgentes para enfrentar, na lei e na prática, a situação crítica de direitos humanos que vivem os povos indígenas, garantindo sua participação e seu direito a serem consultados nas decisões que os afetam, conforme os compromissos internacionais do país”, defendeu o líder de Direitos Humanos na América Latina.

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    2 meses por 8,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.