Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organização autônoma no seio das Nações Unidas, alertou sobre o risco de um acidente nuclear após sua visita à usina nuclear de Kursk, na Rússia, nesta terça-feira, 27. A região foi invadida por forças ucranianas no dia 6 de julho, que dizem já ter conquistado mais de 100 assentamentos em uma área ocupada de 1.200 quilômetros quadrados.
Grossi destacou que a situação é grave, especialmente devido aos combates que ocorrem nas proximidades. “Há um perigo real de um acidente nuclear aqui”, afirmou Grossi a repórteres.
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Na linha de frente
A Rússia alegou que a usina tem sido alvo repetido de ataques por forças ucranianas, que estão a apenas 40 quilômetros de distância, após conquistarem uma porção do território russo neste mês. Até o momento, a Ucrânia não respondeu diretamente a essas acusações, mas já negou que tem intenção de tomar a planta nuclear – era esperado que isso fosse um dos objetivos de Kiev, em espécie de vingança pela ocupação russa da usina ucraniana de Zaporizhzhia.
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Durante a coletiva de imprensa, Grossi enfatizou a fragilidade da usina de Kursk, apontando que ela não possui uma cúpula de proteção, o que a torna especialmente vulnerável em caso de um ataque. Embora a instalação esteja operando em condições próximas do normal, o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica alertou que isso apenas agrava a seriedade da situação em termos de segurança.
A empresa nuclear estatal russa Rosenergoatom informou que Grossi verificou que o reator número três da usina está funcionando dentro da capacidade planejada, enquanto o quarto reator está em manutenção programada desde domingo 25. Grossi também inspecionou um novo bloco de reator que está em construção na usina.