A World Central Kitchen (WCK), ONG com sede nos Estados Unidos que distribui alimentos ao redor do mundo em contextos de desastres naturais e guerras, afirmou nesta quinta-feira, 8, que um de seus funcionários foi morto na Faixa de Gaza.
Em um comunicado no X, antigo Twitter, a WCK disse que o palestino Nadi Sallout foi morto perto da cidade de Deir Al-Balah, na região central da Faixa de Gaza. Sem fornecer detalhes sobre as circunstâncias de sua morte, a organização relatou apenas que acredita que o incidente aconteceu enquanto o trabalhador humanitário estava de folga, na quarta-feira 7.
“Ele foi um membro integral da nossa equipe de armazém desde os primeiros dias de nossa resposta em Rafah, e um humanitário em sua essência”, disse a WCK sobre Sallout.
One of our Palestinian colleagues, Nadi Sallout, was killed tonight near Deir al-Balah, Gaza. He was an integral member of our warehouse team from the early days of our response in Rafah and a humanitarian at his very core. We are still learning the details of this tragedy, but… pic.twitter.com/XlBmenqYig
— World Central Kitchen (@WCKitchen) August 7, 2024
As Forças de Defesa de Israel (FDI), por sua vez, alegaram não ter conhecimento sobre “nenhum incidente em que um funcionário da organização foi prejudicado durante seu trabalho nos últimos dias”, acrescentando que tinham entrado em contato com a WCK.
Alvo humanitário
Em 1º de abril, um ataque aéreo israelense matou sete funcionários da WCK que entregavam alimentos em uma área “sem conflitos”, provocando indignação entre diversos líderes internacionais. O comboio de caminhões que transportava os trabalhadores exibia a logomarca da organização no teto e foi atingido enquanto saía de um armazém em Deir al-Balah, onde haviam entregado mais de 100 toneladas de alimentos.
Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que “essas coisas acontecem em tempos de guerra”, referindo-se a mortes. Segundo ele, o ataque não foi intencional.
Na época, o chef espanhol José Andrés, que fundou a ONG em 2010, contestou a alegação de Israel – de que o ataque foi um “erro” – e apelou pelo fim da “matança indiscriminada” do governo israelense.