Então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama alertou Donald Trump contra a contratação de Michael Flynn como conselheiro de segurança nacional. A advertência teria sido feito durante um encontro no salão oval da Casa Branca em novembro, após a eleição, disseram à CNN três ex-colaborados da equipe de Obama, que não quiseram se identificar.
A informação foi revelada no dia em que a ex-procuradora-geral Sally Yates presta depoimento ao Congresso. A audiência – a primeira aparição pública de Yates em Washington desde sua demissão – tem como objetivo investigar a interferência da Rússia nas eleições presidenciais americanas de 2016.
Yates, que exerceu o cargo de procuradora-geral nas primeiras semanas do mandato de Trump, foi quem disse à Casa Branca, em janeiro, que o então conselheiro de segurança nacional do presidente, Michael Flynn, tinha mentido sobre o conteúdo de seus contatos com o embaixador russo em Washington, Sergey Kislyak.
O testemunho de Yates deve ajudar a esclarecer detalhes básicos sobre a cadeia de eventos que levaram à saída de Flynn nas primeiras semanas do governo de Trump. A notícia de que Obama alertou diretamente Trump sobre essa questão dá indícios de que as suspeitas sobre o militar chegaram aos escalões mais altos do governo meses antes de sua partida.
Trump tentou se distanciar de seu ex-conselheiro nesta segunda-feira, afirmando em usa conta de Twitter que foi o governo Obama que isentou Flynn em uma investigação sobre suas atividades quando ele trabalhou no Pentágono. Trump não mencionou que Flynn foi demitido pelo governo Obama em 2014.
Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, o porta-voz da presidência Sean Spicer admitiu que, na reunião de novembro, “o presidente Obama deixou claro que não era um fã de do general Flynn”.
Em um segundo tuíte, Trump afirmou que Yates deveria ser questionada, sob juramento, “se ela sabe como uma informação confidencial foi parar nos jornais”.
Trump afirma que não tem contatos na Rússia nem tem conhecimento de qualquer envolvimento por parte de seus auxiliares, ou ainda da interferência de Moscou na eleição.
(com AFP e EFE)