Em meio à guerra no Oriente Médio, com bombardeios incessantes e uma renhida batalha por terra, Israel montou um grande sistema de bombas que pode ser usado para inundar a rede túneis usados pelo grupo terrorista palestino Hamas sob a Faixa de Gaza. O plano é tentar expulsar os combatentes do subterrâneo, informou o jornal americano The Wall Street Journal na segunda-feira 4, citando autoridades de Washington.
A reportagem afirmou que o exército israelense concluiu, em novembro, a instalação de pelo menos cinco bombas de água cerca de 1,5 quilômetro ao norte do campo de refugiados de Al-Shati. As máquinas seriam capazes de movimentar milhares de metros cúbicos de água por hora, o que inundaria completamente os túneis em questão de semanas, de acordo com o WSJ.
No entanto, ainda não está claro se Israel consideraria usar as bombas antes de todos os reféns serem libertados. O Hamas disse anteriormente que escondeu prisioneiros em “locais e túneis seguros”. Acredita-se que há ainda cerca de 140 pessoas detidas em Gaza.
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Incógnita
Israel informou pela primeira vez os Estados Unidos sobre a opção no mês passado, segundo o WSJ. As autoridades americanas, porém, não sabem até que ponto o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, conseguiu colocar o plano em prática.
A reportagem do WSJ destacou que funcionários do governo americano afirmaram que Tel Aviv ainda não tomou a decisão final sobre usar o sistema de bombas para tornar a rede de túneis inoperante.
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Conflito ao sul
O plano para desmantelar os túneis de Gaza surge enquanto o conflito se espalha para o sul da Faixa de Gaza, depois de Israel expandir sua ofensiva terrestre pelo enclave palestino, mediante o fim da trégua na sexta-feira passada. Até o então, as forças de Tel Aviv concentravam suas operações no norte do território.
Na segunda-feira 4, tanques israelenses, veículos blindados e escavadeiras foram vistos perto da cidade de Khan Yunis, no sul do enclave, que está repleta de civis que fugiram da parte norte no início da guerra. O exército de Israel disse estar tomando medidas mais “agressivas” contra o “Hamas e outras organizações terroristas” na cidade, alertando que sua estrada principal “constitui um campo de batalha”.