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O novo alvo de Trump para as eleições de novembro nos EUA

Em campanha feroz de vingança, ex-presidente tenta tirar do poder, um por um, republicanos que foram contra ele durante processo de impeachment

Por Da Redação 16 ago 2022, 12h18
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  • Em uma campanha feroz centrada na vingança contra aqueles que buscaram seu impeachment, o ex-presidente americano Donald Trump agora tenta tirar do poder, um por um, os republicanos que foram contra ele. Nesta terça-feira, 16, os esforços do magnata enfrentam seu maior teste, à medida que Liz Cheney e Lisa Murkowski enfrentam pelas primárias da eleição de novembro os desafiantes apoiados pelo antigo ocupante da Casa Branca.

    O impeachment contra Trump, sob a única acusação de “incitação à insurreição”, foi aprovado em 13 de janeiro do ano passado por 232 votos a favor, mais que o mínimo para a maioria simples na Câmara, sendo eles 10 republicanos. As deserções foram uma ruptura notável, já que os republicanos votaram unanimemente contra o impeachment de Trump há pouco mais de um ano. E costumavam apoiar mesmo seus posicionamentos mais polêmicos e radicais.

    No Senado, por 57 votos a favor da condenação e 43 contrários, Trump foi inocentado da acusação.

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    A deputada Cheney, que desempenhou um papel vital na investigação do Congresso sobre à invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, deve perder nas primárias de Wyoming para Harriet Hageman, apoiada por Trump, de acordo com pesquisas de opinião.

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    Filha do ex-vice-presidente Dick Cheney, a deputada vem usando eventos de campanha para chamar atenção às ações de Trump, sobretudo as queixas infundadas sobre fraude eleitoral em 2020, quando perdeu para Joe Biden. Com as declarações, ela tenta convencer colegas de partido de que o ex-presidente é uma ameaça real à democracia, como visto pela insurreição em Washington, que deixou pelo menos 7 mortos e cerca de 140 policiais feridos.

    “Liz Cheney não está lutando por reeleição, ela está lutando pela direção do Partido Republicano”, disse Terry Sullivan, estrategista político ligado aos republicanos, à agência de notícias Reuters. “É o começo, não o fim”.

    A estratégia, no entanto, afastou alguns eleitores mais fieis ao partido. Em pesquisa a Universidade de Wyoming publicada na semana passada, ela estava 29 pontos percentuais atrás de Hageman.

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    O futuro de Murkowski, senadora do Alaska, é mais incerto. No estado, o formato não partidário das primárias permite que os quatro mais votados sigam para a eleição de 8 de novembro, o que pode gerar um possível reencontro da política com Kelly Tshibaka, endossada por Trump.

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    Como ambos os estados são bem republicanos, é muito improvável que tenham qualquer papel para decidir se o presidente Joe Biden e seus democratas perdem a curta maioria no Congresso.

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    Apesar de todos os esforços, e das boas perspectivas de seu partido para as eleições, Trump, no âmbito pessoal, está sob frequentes investigações. Na semana passada, o Departamento de Justiça confirmou que ele está sendo investigado pelo Departamento Federal de Investigação (FBI) por possíveis crimes de espionagem, obstrução de justiça e destruição de documentos do governo. Em operação realizada em sua casa na Flórida na última segunda-feira, 8, foram apreendidos 20 caixas contendo 11 conjuntos de documentos, fotos e anotações marcados como sigilosos. 

    Com a imagem manchada cada vez mais, ele enfrentará dificuldades se de fato concorrer à Presidência em 2024. De acordo com uma pesquisa do jornal The New York Times, em parceria com a Siena College, realizada este mês, metade dos eleitores republicanos disse que prefere apoiar um candidato diferente de Trump nas eleições primárias, em que republicano disputa contra republicano.

    O índice de aprovação de Trump também permanece baixo se os republicanos esperam recuperar o controle da Casa Branca em 2024. Uma pesquisa recente da Universidade Quinnipiac descobriu que 37% dos americanos têm uma opinião favorável de Trump, enquanto 55% têm uma impressão desfavorável.

    O vencedor das primárias republicanas em 2024 enfrentará (provavelmente) Biden, que viu seu próprio índice de aprovação cair nos últimos meses, afetado pela alta inflação e pela guerra na Ucrânia, que azedaram o humor do país. A maioria dos democratas agora diz que prefere um candidato diferente para 2024.

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