Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O método do sumiço

Para a ditadura saudita, perseguição a jornalistas ultrapassa as fronteiras, em um total descaso em relação às convenções internacionais de direitos humanos

Por Thais Navarro
Atualizado em 12 out 2018, 07h00 - Publicado em 12 out 2018, 07h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O jornalista saudita Jamal Khashoggi considerava a Turquia um país seguro. Tanto que pretendia se casar e viver em Istambul, cujas mesquitas o faziam lembrar de sua cidade natal, Medina. Parte do tempo ele passava em Washington, onde escrevia matérias criticando os gastos da ditadura saudita, a guerra no Iêmen e a prisão de opositores. Na tarde da terça 2, Khashoggi foi ao consulado saudita em Istambul no horário combinado para buscar os documentos para seu matrimônio. Nunca mais se teve notícia dele.

    Publicidade

    Autoridades turcas acreditam que o jornalista foi assassinado dentro do prédio. Naquele dia, os funcionários turcos do consulado foram dispensados mais cedo. Quinze sauditas, membros dos serviços de inteligência, viajaram para Istambul — nove deles em um jato do governo. Eles entraram no consulado e saíram horas depois em seis carros. No mesmo dia, o grupo retornou para a Arábia Saudita.

    Publicidade

    O reino saudita não é o único país a entrar na zona suspeita dos sumiços internacionais. No domingo 7, a ditadura chinesa admitiu que Meng Hongwei, presidente da Interpol que vivia na França, estava sob sua custódia. Desaparecido desde 25 de setembro, ele estava sendo investigado por suborno e outros crimes não especificados. O governo chinês enviou sua carta de renúncia para a Interpol. Nada que ferisse a lei chinesa. Na comissão contra a corrupção criada pelo presidente Xi Jinping, suspeitos podem ser detidos por meses em locais secretos e sem acesso a advogados. Diz o cientista político chinês Dali Yang, da Universidade de Chicago: “Tanto a Arábia Saudita como a China estão preocupadas com a própria sobrevivência e não se importam com as normas de direito internacional”.

    Publicado em VEJA de 17 de outubro de 2018, edição nº 2604

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.