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O impacto dos 6 meses da guerra na Ucrânia em números, segundo a ONU

Sem fim à vista para o conflito, e com chegada do inverno rigoroso, agências alertam sobre desafios que podem surgir, sobretudo olhando para os dados

Por Da Redação 24 ago 2022, 13h20

Seis meses após a invasão perpetrada pela Rússia, completos nesta quarta-feira, 24, a Ucrânia é palco de uma das maiores crises humanitárias na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Sem um fim à vista para o conflito, e com a chegada do inverno rigoroso, agências das Nações Unidas alertam sobre os desafios que podem surgir, sobretudo olhando para os dados.

Ao todo, mais de 13 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas na Ucrânia, buscando segurança e proteção em outras partes do país ou no exterior, segundo a Organização Internacional para as Migrações. Só da região de Kharkiv, que fica em torno da segunda maior cidade do país, saíram 28% dos estimados 6,8 milhões de deslocados internos.

+ Incertezas e nós logísticos dificultam a vida dos refugiados ucranianos

“Por duas semanas, eu e minha família não saímos de uma estação subterrânea de metrô, nem por um minuto. O metrô se tornou o principal abrigo para moradores”, relatou Tania, de 21 anos, à agência da ONU.

De acordo com autoridades locais, mais de mil civis morreram na região de Kharkiv nos últimos 181 dias, incluindo 50 crianças. Em apenas uma noite, em 18 de agosto, 21 civis morreram e outros 44 ficaram feridos como resultado de um ataque a míssil contra uma área residencial.

Em todo o país, enquanto cidades e vilarejos inteiros foram destruídos, mais de 5.500 civis perderam suas vidas, de acordo com a ONU. O número real, no entanto, pode ser ainda maior, à medida que há subnotificação e há áreas onde o acesso é difícil para verificação.

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A guerra teve um impacto significativo sobre a vida de crianças. Durante estes seis meses, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) verificou que ao menos 972 crianças morreram ou ficaram feridas, o que representa uma média de mais de cinco por dia.

Segundo Catherine Russell, diretora-executivo do Unicef, a maior parte dessas crianças foram mortas ou feridas por armas explosivas, “que não discriminam entre civis e combatentes”, especialmente em áreas mais populosas, como Mariupol, Luhansk, Kremenchuck e Vinnytsia.

De acordo com o Unicef, cerca de dois terços dos menores de idade estão deslocados dentro e fora do território ucraniano, na condição de refugiados. Ao mesmo tempo, quase todas as crianças do país foram expostas a eventos que traumatizam. Aquelas que fugiram da violência também têm riscos significativos mais alto de passarem por situações de separação de familiares, abusos, exploração sexual e tráfico.

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Os combates também afetaram o ano letivo no país, com a suspensão de aulas e a destruição de mais de 500 instalações de ensino desde o início do conflito, segundo o Ministério da Educação e Ciência ucraniano.

No leste do país, onde os confrontos se intensificaram nas últimas semanas, uma em cada seis escolas apoiadas pelo Unicef foi danificada, de acordo com o órgão.

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