A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, e Edmundo González, candidato que a oposição diz ter vencido o pleito contra o presidente Nicolás Maduro, participaram nesta terça-feira, 30, de um ato contra os resultados das eleições do país, realizadas no último domingo. A conquista do regime chavista foi contestado pela oposição e por parte da comunidade internacional, incluindo União Europeia (UE), Argentina, Chile, Uruguai e Peru. Sondagens pré-pleito e bocas de urna mostravam a disparada de González frente a Maduro, com até 70% de apoio, contra apenas 30% do presidente bolivariano.
“Dissemos a eles que íamos ganhar e cobrar; temos cada uma das atas e isso é uma prova irrefutável de que ganhamos e Edmundo González é o novo presidente eleito”, escreveu María Corina, no X, antigo Twitter. “Isto é o que ratificamos hoje civicamente em Caracas.”
Na madrugada desta segunda, o CNE, órgão federal controlado pela ditadura, apontou vitória de Maduro com 51% dos votos, contra 44% de González, que substituiu Machado após sua candidatura ser inabilitada. O principal ponto de questionamento da oposição e da comunidade internacional é que o regime não divulgou os resultados na totalidade, sem a publicação das atas das zonas eleitorais – relatórios que reúnem informações de cada centro eleitoral.
Em contraste ao resultado aferido pelo CNE, o candidato da oposição disponibilizou um link nesta segunda-feira, 29, no X para que a população “ver como com seu voto e sua vontade, mudou a história da Venezuela”, acrescentando: “aqui você encontrará os minutos que nós [oposição] processamos e totalizamos até agora e que confirmam o nosso extraordinário triunfo”. No mesmo dia, foram registrados panelaços contra Maduro pelo país, cartazes com o rosto do presidente foram arrancados e pessoas foram às ruas, recebidas com gás lacrimogênio pela polícia.
Não há número preciso sobre o número de venezuelanos presentes na manifestação convocada pela oposição nesta terça-feira — ação que pode render até seis anos de prisão por “crimes de instigação à perturbação pública”, segundo o procurador-geral Tarek William Saab. Mas imagens mostram o que parecem ser milhares de pessoas nas ruas de Caracas, rodeando o trio elétrico que levava Machado e González pela multidão. Cartazes despontaram com fotos do presidenciável e com frases críticas ao regime de Maduro, o definindo como “ditador”.