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Novos ataques à maior usina nuclear da Europa colocam mundo em alerta

Zaporizhzhia, na Ucrânia, foi atingida por explosões neste sábado e domingo e, segundo a ONU, estão "brincando com fogo"

Por Sofia Cerqueira Atualizado em 20 nov 2022, 12h16 - Publicado em 20 nov 2022, 11h59
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  • Novos bombardeios na maior usina nuclear da Europa, a Zaporizhzhia, que fica na Ucrânia e está sob controle russo desde fevereiro, puseram o mundo em alerta. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ataques como os que ocorreram no fim do dia de ontem e neste domingo, 20, ameaçam desencadear um grande desastre nuclear. O órgão regulador nuclear da ONU informou que mais de uma dúzia de “poderosas explosões” atingiram a usina.

    Neste domingo, a Rússia confirmou os bombardeios e afirmou que foram efetuados pelas forças de Kiev, mas que nenhum vazamento de radiação foi detectado. Por outro lado, o governo Ucraniano acusa o governo russo pelo ataque. No meio de acusações mútuas, Rafael Grossi, chefe da AIEA, declarou: “Explosões ocorreram no local desta grande usina nuclear, o que é completamente inaceitável. Quem quer que esteja por trás disso, deve parar imediatamente. Como eu já disse muitas vezes antes, você está brincando com fogo!”.

    Integrantes da Agência Internacional de Energia Atômica que vistoriaram o local verificaram que houve danos em alguns prédios, sistemas e equipamentos da usina. “As notícias de nossa equipe ontem e nesta manhã são extremamente perturbadoras”, afirmou ainda o chefe da AIEA.

    Os repetidos ataques à Usina de Zaporizhzhia despertam preocupações sobre o potencial de um acidente de grandes proporções a 500 km (300 milhas) da região do pior acidente nuclear do mundo, o Chernobyl, em 1986. A usina ucraniana possui seis reatores VVER-1000 V-320 refrigerados a água e moderados a água, projetados por soviéticos, contendo urânio 235, que tem uma meia-vida de mais de 700 milhões de anos.

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    Embora os reatores estejam desligados, existe o risco de o combustível nuclear superaquecer se a energia que aciona os sistemas de resfriamento for cortada. Zaporizhzhia fornecia cerca de um quinto da eletricidade da Ucrânia antes da invasão da Rússia, em 24 de fevereiro.

    Alegando inocência nos últimos episódios, o Ministério da Defesa da Rússia declarou que a Ucrânia disparou projéteis contra as linhas de energia que abastecem a usina. O Exército do Kremlin ainda divulgou um comunicado afirmando que os ucranianos “não param com suas provocações destinadas a criar uma ameaça de catástrofe provocada pelo homem na usina nuclear de Zaporizhzhia”. A Ucrânia nega o ataque. 

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