O primeiro governo de aliança entre um jovem movimento antissistema e um partido de extrema-direita prestou juramento nesta sexta-feira (01), na Itália. O jurista Giuseppe Conte foi confirmado e empossado como novo primeiro-ministro perante o presidente, Sergio Mattarella, apoiado pelo Movimento Cinco Estrelas e pela Liga Norte.
Depois de Conte, foi a vez de seus vice-presidentes, o líder do M5S, Luigi di Maio, também ministro de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, e o líder da Liga, Matteo Salvini, que controlará a pasta de Interior.
“Juro ser fiel à República, seguir lealmente a Constituição e as leis e exercitar as minhas funções a favor do interesse exclusivo da nação”, disseram perante Mattarella. Os demais ministros do novo governo também foram empossados na cerimônia no palácio Quirinal, em Roma.
O governo foi formado na quinta-feira (31), após mais de dois meses de instabilidade política. Foi necessário um acordo entre a Movimento Cinco Estrelas e a Liga Norte, após as eleições inconclusivas de março.
Conte, um professor de direito e advogado de 53 anos totalmente desconhecido do grande público, se sentará ao lado de Mattarella no sábado (02) para a parada militar do feriado nacional italiano. Ele também representará a Itália na próxima semana na cúpula do G7 no Canadá.
Equilíbrio entre aliados
O sensível ministério da Economia e das Finanças ficará a cargo de Giovanni Tria, professor de economia política próximo das ideias da Liga em questões tributárias, mas favorável à manutenção da Itália no euro.
Inicialmente cotado para o cargo, Paolo Savona, o economista de 81 anos que vê o euro como “uma prisão alemã”, será ministro dos Assuntos Europeus.
Ele será acompanhado pelo pró-europeu Enzo Moavero Milanesi, que trabalhou por 20 anos em Bruxelas e foi ministro dos Assuntos Europeus de Mario Monti e Enrico Letta (2011-2014), que será ministro das Relações Exteriores.
Finalmente, esta equipe de 18 ministros, incluindo apenas cinco mulheres, coloca quase em pé de igualdade os dois aliados, mesmo que a Liga tenha recebido apenas 17% dos votos nas eleições legislativas de 4 de março, contra mais de 32% dos votos para o M5E.
Os investidores consideram o programa dos dois aliados perigoso para as contas públicas italianas, mas muitos temiam ainda mais um possível retorno às urnas nos próximos meses.
(Com EFE e AFP)